segunda-feira, 16 de junho de 2003
A Mente Virtual
Breves notas sobre o livro de Roger Penrose “The Emperor’s New Mind”.
1. A questão fulcral do livro é saber se o computador pode ou poderá simular a mente humana. No livro o autor expõe, aparentemente ao correr da pena, os mecanismos da mente humana e testa-os no computador de forma ora científica ora, em nosso entender, especulativa. No documento ganha particular importância o Teste de Turing, que pretende mostrar que se uma pessoa e um computador forem interrogados sobre uma mesma matéria e se o computador responder de forma a não deixar saber quem respondeu, então o computador pensa.
2. Sobre o pensamento o autor começa por estabelecer um paralelo entre o homem e o computador na tentativa de responder à questão: O computador pode ter mente? Sabe-se que pensar tem sido uma prerrogativa humana. E aproveita esta constatação para mostrar que mesmo aqui há falhas ou “não respostas” dos humanos, de que um dos bons exemplos é a física quântica. Por exemplo é difícil, hoje, compreender a natureza do espaço na escala do absurdamente pequeno de 1/10 20. Como não compreendemos a física que deverá operar nos núcleos dos buracos negros.
3. O autor conduz depois o seu discurso por caminhos interessantes, sobre o que é pensar, sentir e ter consciência. E sobre estes atributos nas máquinas.
Sobre a capacidade de pensar das máquinas invoca o Teste de Turing, publicado em 1950, portanto muitos anos antes da existência dos poderosos computadores que hoje existem. Turing pretende verificar se a máquina pensa de algum modo razoável. Para isso propõe que um computador e um humano sejam interrogados por um terceiro, isolado, com um conjunto de perguntas feitas a um e a outro. As respostas são dadas de forma a não identificar o respondente. Se no decorrer do teste o terceiro interrogador não distinguir um do outro, então pode dizer-se que o computador passou no teste. Haverá matérias em que a máquina supera o humano, como por exemplo em cálculos complexos. E haverá outras em que fica a perder, como por exemplo responder a questões “non sense” ou triviais. Não é, contudo, de excluir que com o tempo, mediante processos de aprendizagem, os computadores venham a ultrapassar estas questões do Teste de Turing. Se e quando isso acontecer, então poderá dizer-se que as máquinas pensam. Alguns apoiantes do Teste de Turing dizem que isto se poderá passar por volta do ano 2010.
Sobre a capacidade das máquinas sentirem é curiosa a construção do autor de que se o computador for capaz de confundir o terceiro interrogador, então na ausência de qualquer evidência contrária, o computador pensa e sente. Como se compreende há aqui uma abordagem usando a física. Mas o autor pretende estabelecer uma correlação entre a física e as questões da mente.
4. E por esta via somos levados até à Inteligência Artificial ou IA, e às quatro áreas em que esta zona do conhecimento se tem desenvolvido: a robótica, os sistemas periciais, a psicologia e a mente.
Nesta matéria o autor dá-nos exemplos interessantes dos avanços da IA, como o caso da tartaruga de W.Grey Walter, trabalho do início dos anos 50. Movendo-se a baterias, no chão, quando as baterias se esgotavam a tartaruga “corria” para a primeira ficha eléctrica diponível, para se recarregar. Outros exemplos são o programa de K.M. Colby, em que um computador usando expressões de linguagem genéricas leva o interlocutor doente a pensar que ele, computador, é um terapeuta. E ainda os avanços conseguidos com programas de jogo de xadrez. Em todos esstes casos, mas sobretudo neste último, a IA tem tido progressos notáveis, beneficiando da incorporação em programas, de jogadas dos grandes mestres.
5. Os mecanismos do prazer e da dor, na óptica da IA, são analisados pelo autor. Há aqui uma abordagem mecânica destes sensações, no lado da máquina. O autor quer, contudo, mostrar que o mesmo se passa, em certos casos nos humanos, vidé a retirada imediata da mão quando tocamos numa coisa quente, mesmo antes de sentirmos a dor. A semelhança entre os humanos e as máquinas, nestas matérias, pode considerar-se vantajosa ao nível dos mecanismos, tendo em conta que contribuem para o desenvolvimento da IA.
6. Estes aspectos mecânicos são exacerbados pela chamada IA-forte que diz que a actividade mental é simplesmente a execução de alguma sequência bem definida de operações, frequentemente referida como algoritmo. Para os defensores da IA-forte a diferença entre o cérebro humano e um quanquer dispositivo analógico ou outro, reside apenas na muito maior complicação no caso do cérebro. Mas trata-se apenas de uma questão de algoritmia.
Daqui partem para um enunciado um pouco redutor, válido enquanto hipótese de trabalho: se existe um algoritmo para o cérebro, então ele podería em princípio correr num computador, e passaría previsivelmente no Teste de Turing. Para a IA-forte é apenas o algoritmo que conta. O exemplo dado por Douglas Hofstadter (1981) sobre o cérebro de Eistein posto em livro: se fosse possível fazê-lo, respondería a todas as questões, passsaría o Teste de Turing. O livro sería o algoritmo Einstein, sería o próprio Eistein.
Nos pensadores da IA-forte aparece um que põe mesmo as coisas às avessas. Não são os computadores que poderão emular o cérebro, mas ao contrário, Searle diz que “è claro que o cérebro é um computador digital”. Interessante, do ponto de vista teórico.
7. Por último o autor faz uma incursão pelo hardware e software e pelo teletransporte. Matérias que merecem reflexão mas fogem um pouco ao tema que quisémos tratar.
Breves notas sobre o livro de Roger Penrose “The Emperor’s New Mind”.
1. A questão fulcral do livro é saber se o computador pode ou poderá simular a mente humana. No livro o autor expõe, aparentemente ao correr da pena, os mecanismos da mente humana e testa-os no computador de forma ora científica ora, em nosso entender, especulativa. No documento ganha particular importância o Teste de Turing, que pretende mostrar que se uma pessoa e um computador forem interrogados sobre uma mesma matéria e se o computador responder de forma a não deixar saber quem respondeu, então o computador pensa.
2. Sobre o pensamento o autor começa por estabelecer um paralelo entre o homem e o computador na tentativa de responder à questão: O computador pode ter mente? Sabe-se que pensar tem sido uma prerrogativa humana. E aproveita esta constatação para mostrar que mesmo aqui há falhas ou “não respostas” dos humanos, de que um dos bons exemplos é a física quântica. Por exemplo é difícil, hoje, compreender a natureza do espaço na escala do absurdamente pequeno de 1/10 20. Como não compreendemos a física que deverá operar nos núcleos dos buracos negros.
3. O autor conduz depois o seu discurso por caminhos interessantes, sobre o que é pensar, sentir e ter consciência. E sobre estes atributos nas máquinas.
Sobre a capacidade de pensar das máquinas invoca o Teste de Turing, publicado em 1950, portanto muitos anos antes da existência dos poderosos computadores que hoje existem. Turing pretende verificar se a máquina pensa de algum modo razoável. Para isso propõe que um computador e um humano sejam interrogados por um terceiro, isolado, com um conjunto de perguntas feitas a um e a outro. As respostas são dadas de forma a não identificar o respondente. Se no decorrer do teste o terceiro interrogador não distinguir um do outro, então pode dizer-se que o computador passou no teste. Haverá matérias em que a máquina supera o humano, como por exemplo em cálculos complexos. E haverá outras em que fica a perder, como por exemplo responder a questões “non sense” ou triviais. Não é, contudo, de excluir que com o tempo, mediante processos de aprendizagem, os computadores venham a ultrapassar estas questões do Teste de Turing. Se e quando isso acontecer, então poderá dizer-se que as máquinas pensam. Alguns apoiantes do Teste de Turing dizem que isto se poderá passar por volta do ano 2010.
Sobre a capacidade das máquinas sentirem é curiosa a construção do autor de que se o computador for capaz de confundir o terceiro interrogador, então na ausência de qualquer evidência contrária, o computador pensa e sente. Como se compreende há aqui uma abordagem usando a física. Mas o autor pretende estabelecer uma correlação entre a física e as questões da mente.
4. E por esta via somos levados até à Inteligência Artificial ou IA, e às quatro áreas em que esta zona do conhecimento se tem desenvolvido: a robótica, os sistemas periciais, a psicologia e a mente.
Nesta matéria o autor dá-nos exemplos interessantes dos avanços da IA, como o caso da tartaruga de W.Grey Walter, trabalho do início dos anos 50. Movendo-se a baterias, no chão, quando as baterias se esgotavam a tartaruga “corria” para a primeira ficha eléctrica diponível, para se recarregar. Outros exemplos são o programa de K.M. Colby, em que um computador usando expressões de linguagem genéricas leva o interlocutor doente a pensar que ele, computador, é um terapeuta. E ainda os avanços conseguidos com programas de jogo de xadrez. Em todos esstes casos, mas sobretudo neste último, a IA tem tido progressos notáveis, beneficiando da incorporação em programas, de jogadas dos grandes mestres.
5. Os mecanismos do prazer e da dor, na óptica da IA, são analisados pelo autor. Há aqui uma abordagem mecânica destes sensações, no lado da máquina. O autor quer, contudo, mostrar que o mesmo se passa, em certos casos nos humanos, vidé a retirada imediata da mão quando tocamos numa coisa quente, mesmo antes de sentirmos a dor. A semelhança entre os humanos e as máquinas, nestas matérias, pode considerar-se vantajosa ao nível dos mecanismos, tendo em conta que contribuem para o desenvolvimento da IA.
6. Estes aspectos mecânicos são exacerbados pela chamada IA-forte que diz que a actividade mental é simplesmente a execução de alguma sequência bem definida de operações, frequentemente referida como algoritmo. Para os defensores da IA-forte a diferença entre o cérebro humano e um quanquer dispositivo analógico ou outro, reside apenas na muito maior complicação no caso do cérebro. Mas trata-se apenas de uma questão de algoritmia.
Daqui partem para um enunciado um pouco redutor, válido enquanto hipótese de trabalho: se existe um algoritmo para o cérebro, então ele podería em princípio correr num computador, e passaría previsivelmente no Teste de Turing. Para a IA-forte é apenas o algoritmo que conta. O exemplo dado por Douglas Hofstadter (1981) sobre o cérebro de Eistein posto em livro: se fosse possível fazê-lo, respondería a todas as questões, passsaría o Teste de Turing. O livro sería o algoritmo Einstein, sería o próprio Eistein.
Nos pensadores da IA-forte aparece um que põe mesmo as coisas às avessas. Não são os computadores que poderão emular o cérebro, mas ao contrário, Searle diz que “è claro que o cérebro é um computador digital”. Interessante, do ponto de vista teórico.
7. Por último o autor faz uma incursão pelo hardware e software e pelo teletransporte. Matérias que merecem reflexão mas fogem um pouco ao tema que quisémos tratar.
sexta-feira, 13 de junho de 2003
O porquê do nome deste blog.
Sou um interessado pela Bíblia e nesta pelo Genesis.
Foi no Génesis que primeiro li sobre a Mesopotâmia e da importância enorme que assume na história da humanidade.
Na Mesopotâmia, na cidade de UR, Deus foi chamar Abraão, filho de Jacob, para ir fundar uma grande nação (Gen,12), o que ele fez indo para Canã, na Palestina. Estávamos no ano 2000 AC e a Babilónia era governada por Hamurabi, o tal do primeiro código de leis. Depois há outras razões para ter respeito pela Mesopotâmia e em particular pela Babilónia:
> foi lá que surgiu a primeira escrita, a escrita cuneiforme, sobre tijolo;
> foi lá que existiu uma das 7 maravilhas do mundo: os jardins suspensos da Babilónia.
> segundo da Bíblia, nasceram lá as diferentes línguas dos povos, como castigo pela ambição dos homens, quando se propunham chegar ao céu construindo a Torre de Babel;
> depois há a música. Por exemplo, é a Babilónia que está na base de uma ópera de Verdi, a ópera Nabucodenozor, de que o coro dos Hebreus é das melodias mais emocionantes que Verdi produziu. Esta ópera relata o retorno dos Judeus à Babilónia, em 587 (AC), depois Nabucodenosor II ter destruído Jerusalém e levado os Judeus para o cativeiro, de onde sairiam 70 anos depois;
> a mitologia tem uma expressão grandiosa. A Suméria e depois a Babilónia adoptou um complexo sistema de deuses. O deus mais importante, em toda a Suméria, Caldeia e Babilónia é Marduk, digo eu, Marduque;
> depois disto o que faríam? O maior deus de uma tal civilização que foi o berço das nossas civilizações tería de ser a minha escolha!
Nota: a Mesopotâmia é hoje o Iraque.
Sou um interessado pela Bíblia e nesta pelo Genesis.
Foi no Génesis que primeiro li sobre a Mesopotâmia e da importância enorme que assume na história da humanidade.
Na Mesopotâmia, na cidade de UR, Deus foi chamar Abraão, filho de Jacob, para ir fundar uma grande nação (Gen,12), o que ele fez indo para Canã, na Palestina. Estávamos no ano 2000 AC e a Babilónia era governada por Hamurabi, o tal do primeiro código de leis. Depois há outras razões para ter respeito pela Mesopotâmia e em particular pela Babilónia:
> foi lá que surgiu a primeira escrita, a escrita cuneiforme, sobre tijolo;
> foi lá que existiu uma das 7 maravilhas do mundo: os jardins suspensos da Babilónia.
> segundo da Bíblia, nasceram lá as diferentes línguas dos povos, como castigo pela ambição dos homens, quando se propunham chegar ao céu construindo a Torre de Babel;
> depois há a música. Por exemplo, é a Babilónia que está na base de uma ópera de Verdi, a ópera Nabucodenozor, de que o coro dos Hebreus é das melodias mais emocionantes que Verdi produziu. Esta ópera relata o retorno dos Judeus à Babilónia, em 587 (AC), depois Nabucodenosor II ter destruído Jerusalém e levado os Judeus para o cativeiro, de onde sairiam 70 anos depois;
> a mitologia tem uma expressão grandiosa. A Suméria e depois a Babilónia adoptou um complexo sistema de deuses. O deus mais importante, em toda a Suméria, Caldeia e Babilónia é Marduk, digo eu, Marduque;
> depois disto o que faríam? O maior deus de uma tal civilização que foi o berço das nossas civilizações tería de ser a minha escolha!
Nota: a Mesopotâmia é hoje o Iraque.
terça-feira, 10 de junho de 2003
Sempre que é necessário avançar há que medir bem a distância e os riscos. Parece um pouco maoísta, mas é do senso comum.
"Olhai bem, porém vede!"
João das Regras
Vai ser o pensamento sempre presente neste blog.
Muitas vezes olha-se para, e nem os contornos são distinguidos.
João das Regras quería dizer que tem de haver profundidade na análise.
João das Regras
Vai ser o pensamento sempre presente neste blog.
Muitas vezes olha-se para, e nem os contornos são distinguidos.
João das Regras quería dizer que tem de haver profundidade na análise.
segunda-feira, 9 de junho de 2003
A coragem de combater é proporcional ao medo que se sente.
Cagarolas
Cagarolas