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terça-feira, 25 de novembro de 2003

Jantares de Natal

Chega o Natal e surge logo o síndrome dos “amigos de Alex”, imbuídos do espírito natalício e da vontade de (re)ver a malta: estarão bem? Casados? Divorciados? cabelos brancos? o Estanislau ainda reagirá à presença da Lola Esteves?
Queremos jantar com os colegas da instrução primária, marcamos aquele encontro anual com o grupo de escuteiros, e também com o grupo da casa da Clara, aquela amiga que nos dava explicações, quase à borla. O jantar do Liceu Camões, da Fonseca Benevides ou da Ferreira Borges. Áh, é verdade também a malta que entrou no jogo de Gestão 86, ainda sem computador, tempos áureos! Não podemos faltar ao jantar do grupo da Smarta, que às 6 da tarde, todos os santos dias se encontrava para pastar, aquilo a que hoje se chama curtir. Os homens têm ainda o grupo da tropa que o Natal é tempo de paz, tempo adequado para celebrar num jantar.
E o jantar do curso da Universidade é imperdivel, até para ver quem teve sucesso; nesta altura o d’Almeida está no Governo, o Cochofel é jornalista e há um Vasconcellos na diplomacia. O coitado do Silva ficou-se pelo ensino, era tão calado agora tem de passar o tempo a falar!
Depois os jantares das empresas por onde fomos passando também têm um lugar neste tempo de meditação. Claro que a empresa de contrução civil já foi varrida do CV, não conta. As empresas alemãs, claro, para batermos na gestão fria e autocrática do Hucking, do Birg. Segue-se a consultoria onde os grupos são aquilo a que se pode chamar realmente voláteis. Quem convidar? Acima de managers? os Partners estavam feitos com o regime. Qual regime o do emagrecimento? Abaixo de Sénior não se convida, nem sabem comer com faca e garfo e têm conversas de putos. Para além disso foram tramados pelos managers algumas vezes, o que se recordado pode trazer mau ambiente ao repasto, que se quer alegre. Aliás é pela alegria que são estes jantares, para fazer as pazes celebrando a paz. Bom, vamos mas é comendo que a comida está a arrefecer!

domingo, 16 de novembro de 2003

Questão sem solução

Se alguém na estrada abranda quando vê um carro parado, por razões de desastre ou outras, no sentido, altamente louvável, de se inteirar da necessidade de ajuda, é insultado chamado de orçamentista e voyeur. Estes epítetos vêm até de locutores da telefonia.
Se alguém na estrada continua ou acelera quando vê um carro parado, mesmo que o carro seja a imagem amarrotada do que era momentos antes, e não pára com medo, altamente justificável, de que se trate de um truque da moderna arte de atrair incautos para assaltos, é insultado, chamado de insensível, não solidário, egoísta.
É no meio que está a virtude. No meio de quê, neste caso?

domingo, 9 de novembro de 2003

Televisão a sépia

É confrangedor ver alguns comentadores de televisão e de outros média a resvalarem para o facilitismo do comentário na tentativa de estarem a bem com Deus e com o diabo.
Figuras que nos habituámos a respeitar pela originalidade das ideias e pela frontalidade das opiniões, são hoje uma cópia sépia do que foram. Com um à-vontade chocante afirmam uma coisa e o seu contrário. A vida, afinal, custa a todos e hoje a imprensa não está em concorrência perfeita.

quarta-feira, 5 de novembro de 2003

Reestruturado

Habitualmente, nas revisões, trocava impressões com aquele mecânico sobre o estado do carro. Recomendava-me o que devia fazer e desencorajava-me de fazer o que era mera despesa. Quando chegava a altura em que os problemas se multiplicavam aconselhava-me o modelo e o momento mais ajustado para trocar a viatura. Foi assim na última década ou mais. Desta forma, conseguia entre os seus fiéis clientes, vender à volta de vinte carros por ano, sem ficar com as comissões que eram para os vendedores, sem que isso lhe interessasse.
Da última vez foi diferente. Um recepcionista, impecável na sua bata branca, ostentando um crachá com o nome e a posição, fez-me um inquérito cerrado sobre barulhos, folgas e óleos. Cada uma das minhas dúvidas e ignorâncias resultou num inapelável “fazer” e a conta final triplicou comparativamente ao usual. Quando lhe perguntei a opinião sobre um modelo que vi anunciado, respondeu-me que isso era com a secção de vendas. Sobre o mecânico que me costumava assistir, informou-me que tinha sido reestruturado.
Saí a pensar em coisas como customer care, cross selling, churning, fidelity, e outras em inglês, como manda a moda. Conclui, nunca mais volto àquela oficina. Ou talvez volte. Quais são, afinal, as alternativas?

domingo, 2 de novembro de 2003


Azul sobre Paris, Junho de 2003

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