domingo, 30 de maio de 2004
Equívocos
Era uma vez duas empresas. Uma composta por artistas que compunham e produziam peças de boa música, desde música erudita ao rap urbano e étnico. Outra, empregando bons artesãos e fabricante de instrumentos musicais de toda a espécie: percussão, cordas e sopro. Resolve, a que produz música, alienar parte dos seus artistas à que fabrica os tambores, violinos e fagotes. O racional era simples: quem vende uma sinfonia compõe o cabaz do comprador com os instrumentos para a tocar; quem vende um clarinete empurra com facilidade um pauta de música apropriada. A isto chama-se, desde há pouco tempo, x-selling, up-selling, e etc-selling. Certo?
Não! Porque não há registo de que alguma vez a Maria João Pires tenha vendido algum piano nem o vendedor ou o afinador do piano da artista de Belgais tenha sido autor de alguma das inefáveis peças de Nocturnos.
Era uma vez duas empresas. Uma composta por artistas que compunham e produziam peças de boa música, desde música erudita ao rap urbano e étnico. Outra, empregando bons artesãos e fabricante de instrumentos musicais de toda a espécie: percussão, cordas e sopro. Resolve, a que produz música, alienar parte dos seus artistas à que fabrica os tambores, violinos e fagotes. O racional era simples: quem vende uma sinfonia compõe o cabaz do comprador com os instrumentos para a tocar; quem vende um clarinete empurra com facilidade um pauta de música apropriada. A isto chama-se, desde há pouco tempo, x-selling, up-selling, e etc-selling. Certo?
Não! Porque não há registo de que alguma vez a Maria João Pires tenha vendido algum piano nem o vendedor ou o afinador do piano da artista de Belgais tenha sido autor de alguma das inefáveis peças de Nocturnos.
terça-feira, 25 de maio de 2004
Continua a ser assim...
Autor desconhecido
Autor desconhecido
Cegonha e alta tensão, qualquer dia dá apagão
Mora,Maio,2004
Mora,Maio,2004
terça-feira, 18 de maio de 2004
Matraquilhos.
Perfilados. Parados. Equipados. Marcam os golos que nós os fazemos marcar. Os matrecos têm a vida que lhe emprestamos durante a refrega. Quando os deixamos quedam-se perfilados. Parados. Equipados. À espera da desforra, ou do desempate quando não há tempo para a negra. Talvez um dia destes seja dia de nova abada. E do abraço da vitória, a melhor parte, da contenda.
sábado, 15 de maio de 2004
Um Zé que parte
Finou-se ontem um dos meus amigos de sempre. Quando cheguei já ele por cá andava, o que foi um bem. Ensinou-me desde sempre a encarar com optimismo os maus momentos. Passámos juntos os longos verões dos anos sessenta. Na Costa da Caparica quando a duna ainda não tinha sido destruída e a construção não tinha invadido o areal. Pela tarde trazia-me o Diário Popular ou o Lisboa para termos tema para o serão. Era vermelho nas opiniões e verde no clube. Nunca me impôs nenhuma destas orientações nem mesmo quando a seguir à revolução eu soube que há anos tinha um papel político no Arsenal do Alfeite. Finou-se ontem um homem vulgar, dos que não ficam na história. Dos que nunca disseram nem diriam sim a invasões e a guerras sem sentido. Dos que nos fazem falta. Era meu tio.
quinta-feira, 13 de maio de 2004
Retoma
O Zé Povinho do Bordalo ainda não desfez o "toma". Por isso não pode haver retoma.
quarta-feira, 12 de maio de 2004
Estratégia e táctica (2)
A diferença entre a acção aqui aventada e a que se vê em Apoclypse Now de Francis Ford Copola é que neste último filme, de terrível violência e de rara beleza, os helicópteros da cavalaria aerotransportada recolhiam a infantaria quando esta estava a levar nas lonas. Recolhiam todo o grupo. Depois, Wagner empresta ao filme um arrepiante ambiente de acção e de espetacularidade, nada comparável à música da sanfona do ceguinho da Morais Soares em fim de jornada.
A diferença entre a acção aqui aventada e a que se vê em Apoclypse Now de Francis Ford Copola é que neste último filme, de terrível violência e de rara beleza, os helicópteros da cavalaria aerotransportada recolhiam a infantaria quando esta estava a levar nas lonas. Recolhiam todo o grupo. Depois, Wagner empresta ao filme um arrepiante ambiente de acção e de espetacularidade, nada comparável à música da sanfona do ceguinho da Morais Soares em fim de jornada.
quinta-feira, 6 de maio de 2004
Estratégia e táctica (1)
O comandante conduziu as tropas sem conhecer o terreno, dispensou os instrumentos de orientação- a carta e a bússola -, e quando a batalha estava perdida pediu um helicóptero e sumiu-se no ar. Não ficou ninguém para relatar os factos, pediu para ser condecorado pela resistência demonstrada pelo óbvio: tinha lutado até poder e sobrevivido.
O comandante conduziu as tropas sem conhecer o terreno, dispensou os instrumentos de orientação- a carta e a bússola -, e quando a batalha estava perdida pediu um helicóptero e sumiu-se no ar. Não ficou ninguém para relatar os factos, pediu para ser condecorado pela resistência demonstrada pelo óbvio: tinha lutado até poder e sobrevivido.
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