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terça-feira, 19 de outubro de 2004


Repetição até ao infinito ou para sempre. Posted by Hello

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Afinal há almoços à borla
Nesta casa só se fia a maiores de 90 anos quando
acompanhados dos pais
Diz um azulejo pendurado atrás do balcão na tasca onde almocei há dias.
Por este andar não tarda que a graça comece a pesar na caixa do tasqueiro. Se o Emídio Guerreiro lá vai com o filho mais velho é provável que comam à borla. E com a longevidade a aumentar como está haverá dentro em breve muitos outros candidatos a comensais borlistas.


quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Os meus olhos já não comem o horizonte.
Um das minhas janelas preferidas de Lisboa era o restaurante do Hotel Eduardo VII.
Dali via-se o soberbo vale cavado que descia, olhos fartos, pela Avenida da Liberdade abaixo até ao rio. Via-se a Senhora do Monte de tantas boas memórias, vizinha do Castelo a vigiar o baixa pombalina. Em dias de luminosidade a Serra da Arrábida, soberba, marcava presença. Mas chegou o progresso. Um enorme cubo de betão, um prédio, nasceu do outro lado da rua matando esta minha fantasia. O anfiteatro que Lisboa vai deixando de ser está a dar lugar a uma barreira anárquica de betão cada vez mais perto do rio. Um sufoco. Já não gosto do restaurante do Hotel Eduardo VII onde os meus olhos já não comem o horizonte.

quarta-feira, 6 de outubro de 2004


Montejunto, Outubro,2004 Posted by Hello

terça-feira, 5 de outubro de 2004

Facto Verídico
- Conseguiste fechar o negócio?
Perguntava de lá o boss numa voz denotando ansiedade e gritada de tal forma que eu a guiar podia ouvi-la claramente jorrando do telemóvel do pendura a meu lado.
- Ainda não mas já chegámos a um acordo de princípio sobre o montante, olha usei o Discount Cash Flow para chegarmos a consenso sobre os dez anos de contrato.
Explicava solícito o meu colega de viagem ao nosso boss.
- E quem é que te autorizou a dar descontos e logo sobre dez anos de contrato?
Interrogava o boss em tom irritado?
Aí a chamada “caiu” para podermos dar largas às nossas gargalhadas.


domingo, 3 de outubro de 2004

O medo de volta ou serôdio síndroma de guerra.
A coisa situa-se à mesa de um restaurante onde a proximidade das mesas obrigava a algum recato nas conversas. Disse por dizer, “não sei bem que destino vou dar à minha pensão de ex-combatente, com os anunciados cento e cinquenta euros por ano, compro uma casa ou vou fazer um cruzeiro?” Um dos da minha mesa avisou com convicção, “cuidado com o que dizes, não sabes quem está no restaurante, ainda te vês envolvido em problemas”. A chamada de atenção causou-me um súbito calafrio. Um arrepio de medo como não sentia desde 1974. Sem razão espero e espero que os delitos de opinião não voltem a este país.


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