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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Um dos nossos
A partir de hoje o Eddy é Mestre. Assisti por convite de última da hora, quando atravessava um dos espaços livres do ISEG e encontrei o próprio a comer um bolo para se descontrair antes de apresentar a tese. O tema da dissertação era arrojado, e andava à volta do Acordo de Basileia 2 e o Impacto no Sistema Financeiro Português. O Júri, constituído por três lentes de Universidades de prestígio, não pouparam o nosso homem; mas com aquela calma e algumas respostas desconcertantes ao estilo que se lhe conhece, ele saiu-se com brilhantismo. No final a ovação da família e amigos. É razão para orgulho dele e nosso. Até porque ele não se fica por aqui, ainda vamos ter Doutor. A partir de agora já sabem, Mestre Eddy.

Mudança inconsequente
Contando com hoje já lá vão 4 dias que as coisas mudaram e continua sem chover. Continuo na minha, a culpa não era do homem.

domingo, 20 de fevereiro de 2005


Fruta fresca Posted by Hello

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Um voto e três razões

Há alguns anos, não muitos, não havia eleições livres neste país. Batemo-nos por elas, às vezes mesmo com alguma “vivacidade” em confrontos de rua. Não se pode abdicar de um direito que custou uma revolução a conseguir. Lembra-se que no Estado Novo as mulheres não votavam nem eram elegíveis, salvo para Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais e mesmo assim com muitas restrições. O regime tinha-as em má conta.
Hoje há motivos acrescidos para votar, mesmo que a oferta não seja, na perspectiva de alguns, a melhor. A margarina é um bom sucedâneo da manteiga. Escolher de entre o leque de hipóteses que há, só pode ser motivador: mais do mesmo ou o benefício da dúvida. Para acabar com a indecisão consulte o blospot.com
Para o futuro, se se quiser abraçar uma carreira política, não se pode ter falhas de cidadania no curriculum, e com o desemprego acima dos 7% a política como saída profissional pode ser uma (boa) alternativa. Não votar, falha grave de cidadania, pode deitar tudo a perder neste caso de alternativas de trabalho.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

Globalização (5)

Os países do meio da tabela, entre os quais se inclui Portugal, são os mais prejudicados com a globalização. A questão é analisada por José Nascimento Rodrigues num artigo do site Janela na Web. No artigo é ainda dito que a única solução é a subida do patamar tecnológico. Isto não se faz com um choque, mas com um cheque. E tem de ser bem gordo.

domingo, 6 de fevereiro de 2005


Arte Urbana, Av.Infante Santo,Lisboa Posted by Hello

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

UM QUARTO AS COISAS A CABEÇA

Mesmo que fosse mais do que este quarto a minha vida
à volta da cabeça pronta a rebentar
mesmo que fossem quatro apenas as paredes
quatro paredes são demais para uma vida
e há palavras horríveis ó meu deus sintagma da gramaticalidade
pura pura negação da vida três palavras onde
se apoia há muito o homem que afinal só fala por falar
e eu me apoio agora em holocausto ao ritmo à vibração verbal
há dizia eu palavras pavorosas que não são precisamente o adjectivo
que substituo por razões de métrica mas são palavras como
por exemplo vida e há muito haver deixado a minha infância
coisa talvez que só por havê-la deixado alguma coisa significa
e ser não já profissional qualificado mas pessoa crescida
que não leva talvez gravata mas que tem vida privada
gulosamente devassada por vizinhos companheiros de trabalho
e tem outras pessoas e tem horas e tem ruas ó meu deus
ó forma essencialmente vocativa do meu grito grande merda esta vida
Talvez haja a janela haja árvores e céu
talvez se eu caminhar ao longo do comprido corredor
que talvez una uns com os outros estes dias
talvez se houve uma entrada ao fundo haja uma saída
Hei-de passar a merda desta vida à procura de papéis?
Sempre entre mim e ao que chamam coisas há-de haver palavras
e dirão que há-de haver não só algum sentido para as coisas
mas um sentido seja ele qual for para a merda da vida
onde nasce de súbito um pequeno imenso monstro descendente de um tirano
e a mãe desse tirano descendente que podia ser tamanha como simples mãe
é mãe por profissão por pose pela posição da tão tonta cabeça
multiplicada pelas capas das estúpidas inúmeras revistas
forma mais fugitiva de fugir à fome à alegria própria ao real
cabeça digo não apenas sem ideias mas cabeça onde já nada começa
criança que se sabe quantos quilos pesa que cor tinha
a primeira e menos metafórica das merdas que cagou
e o pai da criança que horrorosamente se apresenta como pai profissional
como marido inteiramente a par das regras da mulher
meu deus que merda metafórica esta merda desta vida
E ter eu de passar a vida à procura da chave
e procurar abrir e não saber da chave
e não existir nunca porta ou chave
e chave ser palavra ambígua ter sentido
e haver muitas palavras e muitíssimos sentidos
e a vida ser só uma e ser a vida
e haver mãos para as coisas gestos para as mãos
e não haver que porra uma saída
E esta cara esta cabeça susceptível de ser vista
e tudo quanto faço interpretado e comentado
e haver nomes e eu ser isto e não aquilo
e eu sentir-me em nomes encerrado
Quero dormir não ter esta doença de pensar
estender-me sob o céu o mais possível ao comprido
e que bastante terra cubra o meu comprido corpo
e eu seja terra apenas e a terra nada seja
Que eu durma ó meu nada e tu meu nada existas só
para na noite ouvir quem como eu é isso apenas que deseja
Ruy Belo, in Obra Poética de Ruy Belo - volume 2, Presença, 2ª edição, Lisboa, 1990.


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