terça-feira, 29 de março de 2005
domingo, 20 de março de 2005
Exclusão social ou exclusão especial
Está em voga a questão da exclusão por questões de raça, sexo ou classes. Mas há uma forma de exclusão de que se fala pouco e que tem a origem no paradigma de vida que tem vindo a ganhar terreno, a dos filhos órfãos de pais vivos. Explico. O marido e cada vez mais a mulher saem às sete de casa e voltam doze e catorze horas depois, sair a horas dos empregos é hoje sinal de displicência. Os filhos crescem em colégios, com a mulher a dias ou sozinhos. Famílias que, em termos materiais, não têm problemas. Os miúdos chegam à adolescência com os bolsos cheios de dinheiro e com tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas falta-lhes o precioso afecto, coisa que os pais não têm tempo para lhes dar. O futuro imediato está traçado mas a longo prazo não se vislumbra grande coisa ou coisa nenhuma. Estes miúdos, vivem do lado de fora da vida, excluídos do que mais precisam: amparo, ajuda e amor. Estamos todos a falhar.
Está em voga a questão da exclusão por questões de raça, sexo ou classes. Mas há uma forma de exclusão de que se fala pouco e que tem a origem no paradigma de vida que tem vindo a ganhar terreno, a dos filhos órfãos de pais vivos. Explico. O marido e cada vez mais a mulher saem às sete de casa e voltam doze e catorze horas depois, sair a horas dos empregos é hoje sinal de displicência. Os filhos crescem em colégios, com a mulher a dias ou sozinhos. Famílias que, em termos materiais, não têm problemas. Os miúdos chegam à adolescência com os bolsos cheios de dinheiro e com tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas falta-lhes o precioso afecto, coisa que os pais não têm tempo para lhes dar. O futuro imediato está traçado mas a longo prazo não se vislumbra grande coisa ou coisa nenhuma. Estes miúdos, vivem do lado de fora da vida, excluídos do que mais precisam: amparo, ajuda e amor. Estamos todos a falhar.
domingo, 13 de março de 2005
Domingo com
Adília Lopes, pode não ser a escolha mais estimulante quando há tantos outros apelos disponíveis. Pode não ser mas é. A escritora desconcerta com a poesia, às vezes séria, às vezes cínica, às vezes mordaz, às vezes naïve. De raiz autobiográfica ou encenadamente autobiográfica, a escrita dela não acrescentará nada ao mundo, talvez, mas diverte, comove e dá alertas. Invoca algures Edward Hopper um dos pintores americanos da altura da grande depressão. E isso convida a uma visita aos sítios do pintor e à escola a que pertenceu. E a espreitar outros da mesma escola comparando-os com os contemporâneos europeus. Poesia, pintura, grande depressão (1929-33), Edward Hopper, numa tarde de domingo, graças a Adília Lopes que é tudo menos a tótó que nos quis convencer que é, num já longínquo programa do Herman.
Bocados
I
Deus quer
a mulher também
Adão não
Quero
um homem
um homem
que goste de mim
e de que eu goste
(não quero
um velho)
Versos rebuscados
como rebuçados
II
Beijo-te
e vejo-te
e no beijo
estamos
Atam-nos
e matam-nos
III
A metáfora
é a errata
IV
Com o amor
Recusado
é preciso
ter cuidado
Sou a tua
Namorada
não preciso
de mais nada
V
Rico entrar
no Paraíso!
diz o preto
Poema de Adília Lopes
I
Deus quer
a mulher também
Adão não
Quero
um homem
um homem
que goste de mim
e de que eu goste
(não quero
um velho)
Versos rebuscados
como rebuçados
II
Beijo-te
e vejo-te
e no beijo
estamos
Atam-nos
e matam-nos
III
A metáfora
é a errata
IV
Com o amor
Recusado
é preciso
ter cuidado
Sou a tua
Namorada
não preciso
de mais nada
V
Rico entrar
no Paraíso!
diz o preto
Poema de Adília Lopes
quinta-feira, 10 de março de 2005
Uma Lapaliçada
Cheguei a um ponto da existência em que poucas coisas me preocupam. Precisando melhor, só tenho duas preocupações: a vida e a morte.
Cheguei a um ponto da existência em que poucas coisas me preocupam. Precisando melhor, só tenho duas preocupações: a vida e a morte.