segunda-feira, 30 de maio de 2005
Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória
Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta
Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças
Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Poema e cantiga de Jorge Palma
sexta-feira, 27 de maio de 2005
Equipa
segunda-feira, 23 de maio de 2005
Histórias da consultoria
“Isto é uma vergonha”. A invectiva era-me dirigida, naquela sala tipo aquário onde decorriam as reuniões depois que deixaram de ser só para sócios. E a vergonha consistia em não conseguir obter a assinatura do cliente nos poucos dias que faltavam para acabar Dezembro. Não tinha a capacidade de persuadir uma organização sindical a assinar um contrato de milhões em troca de nada, porque as negociações ainda decorriam. A mais um “Isto é uma vergonha” seguia-se um silêncio interrogativo dos presentes que baixavam o olhar para o tampo da mesa, à espera do pior, que podia ser uma reacção a quente, o meu abandono da reunião ou pior. Decidi não jogar o jogo, ía conter-me. A carteira de negócios estava composta, e este negócio também se faria, a seu tempo. Mas a provocação aparecia, sincopada, em cada momento que a agenda da reunião parecia avançar: “Isto é uma vergonha” e os presentes perdidos, com olhos de cherne com fénico. Eu aguentava-me, aguentei-me. Havia interesses em jogo que podiam correr riscos. O negócio fez-se dois meses mais tarde. Nem uma palavra então. Foi talvez o último negócio de valor elevado que foi feito. Não vou adjectivar os tempos que se seguiram. Seria certamente muito tautológico e inconsequente.
domingo, 22 de maio de 2005
Batota
Quando o poder diz que a aposta é nos sistemas abertos (“open source”) e há indicações comunitárias no sentido de não deixar o Bill Gates jogar sozinho neste confuso mundo da Web, se você consultar aquele que será um dos “sites” com mais hits nesta altura do ano, o da simulação do IRS, no endereço genérico https://www.e-financas.gov.pt e depois “Consulta Mod. 3 IRS” e depois “Simuladores”, terá uma enorme surpresa. Recebe um aviso que lhe diz que “Este sistema necessita do browser Microsoft Internet Explorer 4.0 ou versão superior”. Este aviso, vindo de quem vem, é grave porque deixa de fora outros browsers que são superiores sim, mas não na notação numérica seguida pela Microsoft.
domingo, 15 de maio de 2005
Vou-me embora, vou partir mas tenho esperança
de correr o mundo inteiro, quero ir
quero ver e conhecer rosa branca
e a vida do marinheiro sem dormir
E a vida do marinheiro branca flor
que anda lutando no mar com talento
adeus adeus minha mãe, meu amor
eu hei-de ir hei-de voltar com o tempo
Cancioneiro popular alentejano
segunda-feira, 9 de maio de 2005
domingo, 1 de maio de 2005
Humildade
Como eu riria de gozo a ler os textos deste blog se tivessem sido escritos por outra pessoa.
Glosando José Gomes Ferreira a propósito de um texto seu sobre música.
Luanda, 24 de Outubro de 1983
(...) Hoje, pela manhã, entrevistaram os "patriotas" que deveriam fazer bicha para se increverem nas novas Brigadas de Voluntários.
"Então amigo, vem dar o seu contributo para a defesa do nosso solo sagrado?" "Eu não, venho pedir adiamento".(...)
in Angola o dia-a-dia de um embaixador, de António Pinto da França