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sexta-feira, 29 de julho de 2005

Enquanto sentes a sombra atrás de ti
Vale a pena ir olhando para trás e avaliar o percurso feito.
O caminho que falta percorrer é sempre o todo menos o que está cumprido. O investimento está no conhecimento do todo e não digam que isso é uma impossibilidade.

O Paulo Coelho poderia ter escrito isto. Li maiores banalidades no Maktub.

terça-feira, 26 de julho de 2005


Hotel em pleno areal
Não lembra ao diabo, mas acontece na Praia da Salema no Algarve. Quando o mar resolver reivindicar o que lhe pertence haverá inquéritos, responsabilidades e toda a sorte de lamúrias. Mas entretanto o sol vai (a)pagando o caos.


terça-feira, 12 de julho de 2005

À minha empregada

Quero que saibas por mim
Ouviste xakim
Um carro em primeira mão
É a melhor decisão.
É carro caro, meu caro
Não é carro de ocasião.
Mas vencer os desafios
A pôr o pé no travão, não.
Deixa-me abrir neste verão
O vento fresco na testa
À procura doutra festa
Mais virada para mim.
Ouviste xakim
Não tem nada que saber

É assim...

domingo, 3 de julho de 2005

Paradoxo do barbeiro
Esta é uma versão folclórica do paradoxo de Bertrand Russel. Numa certa ilha existe um só barbeiro e este barbeia todos os homens e somente aqueles que não se barbeiam a si mesmos. Pergunta-se: o barbeiro barbeia-se a si mesmo ou não? Se o barbeiro se barbeia, entramos em contradição com o fato dele somente barbear aqueles que não se barbeiam a si próprios. Se ele não se barbeia, então ele deve barbear-se pois essa é a sua tarefa.


sexta-feira, 1 de julho de 2005

Estórias da guerra
Sob o sol tórrido do Huambo estava a instruir soldados pretos nas artes do tiro com morteiro pesado. O tiro estava a ser feito de um monte para outro contíguo. Entre os dois montes corria um rio junto ao qual havia uma fábrica de cerâmica, onde trabalhadores pretos e brancos insistiam em laborar, apesar da insistência para se retirarem. As granadas descreviam um amplo arco por cima da fábrica de adobes, eles achavam-se em segurança. O alvo era uns bidões pintados de cores vivas, na encosta fronteira. E a coisa estava a correr de feição. Nisto chega com aparato um jipe e dele sai nervoso o major T.G., aponta os binóculos para os bidões e grita: nosso alferes isto é uma vergonha, o alvo continua de pé. Digo: meu major isto é tiro de morteiro, o alvo terá de estar muito mal tratado, porque as granadas estão a cair na zona dos bidões. Grita o major para a soldadesca: dêem duas maniveladas nos morteiros, quero ver tiros em cheiro nos alvos. Tento evitar o desastre: meu major, assim as granadas vão cair na cerâmica. O homem fica furibundo: cale-se, duas maniveladas para subir o cano dos morteiros. Fez-se. Quatro granadas, tantas quantos os morteiros caiem no telhado da fábrica donde os operários se vêm a fugir uns e arrastando-se feridos outros. O major sem perder a compostura: isto é o que não se deve fazer, ouviram suas bestas? Entrou no jipe e desapareceu entre acelerações, derrapagens e poeira vermelha.

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