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sábado, 22 de abril de 2006

As Amoras
O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")
Posted by Picasa

O país onde as amoras podem acabar.

Portugal parece ter retirado do Brasil o síndroma de pais permanentemente adiado.
Desta é que vai, vá lá mais um esforço, mais um ano de sacrifício. E afinal, nada. De esforço em esforço vamos definhando e já não há nada que nos faça mover. Como se não fosse sabido que um país sem indústria, sem agricultura e apenas com serviços mas de pouco valor acrescentado está condenado a isso, a prestar serviços de baixo preço. Turismo, claro, quando a insegurança empurra para cá a rapaziada das cervejas de Albufeira. No inverno os hotéis do sul têm uns (poucos) novos clientes: a terceira idade do centro da Europa, para quem as pensões diminutas de lá crescem cá. Que mais vamos fazer, para além de empregados de mesa, mesmo levando em linha de conta que no Vale do Ave está a proceder-se a uma reconversão da mão de obra do têxtil em especialista de Office da Microsoft?


segunda-feira, 17 de abril de 2006

Tem havido chuva a granel que traz este aparatoso
amarelo
tremoço aos campos (do Alentejo). Abaixo
a seca. Venha de lá esse Verão
dos finos. Posted by Picasa

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Dia dos pinóquios

Nunca achei piada às mentiras do dia 1 de Abril. Havia quem se chateasse por ser sequestrado, a mim chateia-me ser enganado, mesmo no dia em que até à imprensa isso é permitido (se fosse só nesse dia...). Fazer graça no dia 1 de Abril com pessoas, afectos ou acontecimentos que tenham que ver com uma realidade plausível, é coisa a que nunca aderi. Então se as gracinhas envolverem pessoas ou situações do nosso circulo de vida mais próximo, pior. Quem consegue pôr uma cara de circunstância, contristado e infeliz ou ao invés, contente e eufórico, para fazer passar a tal peta do dia um de Abril, dificilmente conseguirá ser convincente, usando as mesmas armas, numa situação real.
 Posted by Picasa

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