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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Os ursos polares

Há uns anos, poucos, os pensadores de geopolítica tinham como mote a necessidade de uma nova ordem económica internacional, baseada no diálogo norte/sul, no equilíbrio entre os países das matérias primas e os países industrializados, como forma de evitar a desordem e, in extremis, a guerra.
Nada a opor, assino por baixo, tinham e têm toda a razão.
Contudo, hoje em dia, o problema põe-se também num cenário mais próximo. Há necessidade de cada país do primeiro mundo começar a olhar para a forma como a riqueza produzida dentro de casa está a ser distribuída. A deslocalização da indústria para países longínquos e neo-escalavagistas, as novas tecnologias, a automatização de processos de fabrico, a inovação e o envelhecimento da população estão na origem de situações imprevistas e inesperadas: o lazer e o desemprego. As sociedades avançadas não estão preparadas para lidar com populações desocupadas e sem horizontes nem com outras, que não as tradicionais, formas de redistribuição, que urge pensar e lançar. A crise está aí, tão impetuosa e irreversível como o aquecimento global. Os dois casos têm afinal idêntica conclusão: coitado do urso polar, será que sobrevive?


Saldos! Saldos! Saldos!
Para o ano presentes só depois do Natal.
Pois não é que no dia 26, nas catedrais do consumo deste país as bugigangas que vendem por esta altura estavam a 60% do preço de antes do Natal.
Está combinado: o Natal vai ser no Ano Novo. E já agora, para acerto de calendário, o Ano Novo passa para o Carnaval. Com as palhaçadas que aí vêm nem há que mexer muito nas máscaras nem nos comportamentos. Done!

sábado, 23 de dezembro de 2006

Boas Festas
Diz-me como dás as Boas Festas e eu dir-te-ei quem és.
Cartão, manuscrito e assinado: demonstra que reservaste tempo e atenção especial para aquela pessoa em particular.
Cartão com uma mensagem impressa, assinatura mauscrita mas digitalizada ou só com o cartão: o destinatário saberá que estás a usar uma lista automática de endereços e que foi a Secretária quem fez a operação.
e-Mail personalizado: dás a ideia de que estás na onda da tecnologia, mas despendeste alguns minutos a dedilhar a coisa. Não é mau.
e-Mail usando o bcc: sabe-se que estás a usar uma lista de endereços a granel e a mensagem é insípida; é uma desconsideração; em algumas organizações estes e-mails não chegam a sair por serem considerados, pelo software de controlo, como spam.
SMS: gostas tanto do destinatário que nem lhe queres ouvir a voz.
Boas Festas!


quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Natal por cá 


O post de hoje deveria ser um pai natal ou o menino Jesus ou Jerusalém ou um presépio ou as Galinheiras ou Fetais ou o Bairro do Fim do Mundo ou um sapatinho na chaminé ou uma árvore de natal com luzinhas a piscar. Mas nenhuma destas opções se sobrepõem às imagens de ontem das televisões. Gondomar: Pessoas que agradeciam um cabaz natalício distribuído pela Câmara. Pelo aspecto os contemplados não eram figurantes de uma ópera bufa, não eram . São actores de um drama (ir)real. Ontem estavam agradecidos e obrigados, amanhã é de aqui a um ano.  



terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Sinal dos tempos que faltam

Esta merece ser relembrada.
Era o dia de dois executivos da nossa praça, amigos de longa data, almoçarem. As secretárias tinham tratado das datas e do sítio. Tudo muito profissional.O primeiro que chegou esperou um tempão pelo outro que vem de telemóvel colado à orelha.
Mal se cumprimentam, o do telemóvel volta a sair do restaurante porque se ouvia mal. Ainda teve tempo para um conselho previdente: “vai escolhendo, como o que tu comeres”. O que ficou sentado esperou o que lhe foi possível até que se decidiu avançar. O do telefone, vinte minutos depois reentrou no restaurante, já o outro ia adiantado no repasto. “Desculpa lá pá, era muito importante”, deu um garfada num arroz que podia ser tortilha e volta-lhe a tocar o telefone. “Desculpa lá pá este ainda é mais importante”, e saiu para ganhar o recato que a chamada exigia. O outro entrou na sobremesa, pediu um café, a conta e saiu. O que continuava ao telemóvel interrompeu a conversa quando o amigo, cá fora, hora e meia depois de ter entrado, lhe estende a mão para se despedir. Consegue dizer, com o telefone afastado da orelha: “é pá desculpa lá isto hoje, temos de nos voltar a encontrar para almoçar! Pede à tua secretária para combinar com a minha”. E voltou ao telemóvel.


quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Aqui chegados, até já. 


Sem ser um evento de estadão, o evento anual dos "ex" correu de forma digna. Foram muitos os que quiseram aparecer, recordando o que de bom viveram como grupo e esquecendo o que, afinal, não deixou marcas. Também aqui há uma selecção natural, aparece quem aparece e, salvaguardadas as excepções que sempre existem, os que apreceram são os melhores, na acepção "darwiniana" da coisa.



quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Esquiar nos Alpes já foi
As alterações climáticas são uma coisa séria. É agradável esta temperatura a rondar os 20º em vésperas de Natal, sem dúvida; em contrapartida as chuvas deixaram de ser disciplinadas e o último Verão teve dias de queimar. O (nosso) clima deverá chamar-se destemperado. O que assusta é que nos Alpes este foi o Outono mais quente dos últimos 1300 anos, pasme-se. Nos Alpes franceses a neve que nesta altura do ano cobria as tradicionais pistas de ski ainda não apareceu e uma relvinha verde persiste em marcar presença. A Áustria dos calendários e dos postais, com as montanhas resplandecentes de neve pertinho das cidades, este ano está com um problema, as estâncias de ski não têm neve. Aspectos lúdicos à parte, isto está grave.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Stephan Tartelin

Artista gráfica freelance com rara sensibilidade para tirar partido das cores que a tecnologia disponibiliza Posted by Picasa

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Conversas da treta
Este mau hábito de escutar as conversas da mesa do lado não me larga. O fulano levou todo o tempo a falar, não deixando qualquer abertura ao parceiro. Que no passado “foi”, que no passado “era”, que subiu à custa dele, e assim. Conclusão: quem gasta todo o tempo a falar tão entusiasticamente do passado, não poderá ter grande presente.

Pequenos ajustes
.
O passar da idade da inocência verifica-se quando se acha que uma frase do tipo “o que é preciso é que o projecto corra bem”, dita com convicção por um responsável, deixa de significar o que literalmente parece para ser outra coisa essencialmente diversa: “o que é preciso é que o projecto me corra bem!”

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Sobe, sobe dólar sobe

O dólar a cair assim, de forma tão pronunciada, pode não ser grande ajuda para a economia mundial. Ao que parece o primeiro sintoma veio do mercado da habitação. A construção veio a seguir. Lá como em qualquer outro lado, a construção mexe com muitos sectores da economia. E os indicadores ligados ao aço, cimento e outros, acusaram de imediato uma descida consequente. O que é que isto tem a ver connosco? Há que ver que muita da actividade da Europa tem os EUA como cliente, depois os mercados financeiros funcionam em grande sintonia. Pois é, isto anda tudo ligado. É a economia...


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