quarta-feira, 25 de julho de 2007
Boas práticas
Ir a uma Repartição Pública resolver um assunto, por ligeiro que fosse, era uma dor de cabeça. Filas na rua, senhas de acesso, assalto aos guichets, até chegar ao “funcionário” que era logo brindado com a nossa irritação. As coisas têm melhorado neste sector. É exemplo disso a Loja do Cidadão. O estranho é que ninguém se queixe das empresas privadas que progressivamente têm adoptado aquelas abandonadas práticas e outras ainda piores, como a de atender o cliente só pelo telefone, deixando-o a ouvir durante horas a fio uma irritante música de fila de espera, entrecortada por uma voz metálica, de tempos a tempos, a dizer uma frase ridícula que nada acrescenta “assim que possível transferimos a sua chamada para um operador”. Com a agravante de que aqui nem chegamos a ver a cara de quem é quem.
Ir a uma Repartição Pública resolver um assunto, por ligeiro que fosse, era uma dor de cabeça. Filas na rua, senhas de acesso, assalto aos guichets, até chegar ao “funcionário” que era logo brindado com a nossa irritação. As coisas têm melhorado neste sector. É exemplo disso a Loja do Cidadão. O estranho é que ninguém se queixe das empresas privadas que progressivamente têm adoptado aquelas abandonadas práticas e outras ainda piores, como a de atender o cliente só pelo telefone, deixando-o a ouvir durante horas a fio uma irritante música de fila de espera, entrecortada por uma voz metálica, de tempos a tempos, a dizer uma frase ridícula que nada acrescenta “assim que possível transferimos a sua chamada para um operador”. Com a agravante de que aqui nem chegamos a ver a cara de quem é quem.
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Histórias da consultoria. Big 5, no more!
As grandes motivações que presidiram à fusão das duas firmas nunca foram bem conhecidas. Nas reuniões de sócios de todos os cantos do mundo, convocados para lhes ser explicada a fusão, reuniões caríssimas por envolverem milhares de pessoas e implicarem uma logística complexa, era dito pelos donos do aparelho que o motivo era crescer, ser a maior firma de serviços do mundo. Esse objectivo foi alcançado, melhor, foi ultrapassado uma vez que a organização ficou grande demais e, o que não é de somenos importância, os conflitos de interesses entre as linhas de serviço aumentaram exponencialmente. Daí que pouco tempo depois da fusão se começasse a falar da separação da consultoria como remédio para tais conflitos. Estas são as posições oficiais. O que se veio a passar depois pode levar a outra explicação, que é esta: reunir as duas firmas num primeiro momento para criar uma firma de auditoria forte; num segundo momento vender a consultoria, que estava no auge, em resultado das actividades à volta do “bug” do ano 2000, do euro e dos ERPs; e fazer um encaixe substancial em consequência. Só que entretanto rebenta a bolha das dot coms e o jogo fica baralhado. Mas a máquina já estava em movimento, não era possível voltar atrás na operação "separação" e havia interessados nela. Com efeito, apareceram a HP, a Cisco, e outras entidades a querer o negócio. Localmente os sócios da consultoria ensaiaram uma ténue tentativa de rebeldia e tentaram ligar-se a uma outra das big 5. A tentativa não chegou a descolar porque aconteceu, nessa altura, o caso Enron, que feriu de morte a tal firma. Voltaremos a este assunto.
As grandes motivações que presidiram à fusão das duas firmas nunca foram bem conhecidas. Nas reuniões de sócios de todos os cantos do mundo, convocados para lhes ser explicada a fusão, reuniões caríssimas por envolverem milhares de pessoas e implicarem uma logística complexa, era dito pelos donos do aparelho que o motivo era crescer, ser a maior firma de serviços do mundo. Esse objectivo foi alcançado, melhor, foi ultrapassado uma vez que a organização ficou grande demais e, o que não é de somenos importância, os conflitos de interesses entre as linhas de serviço aumentaram exponencialmente. Daí que pouco tempo depois da fusão se começasse a falar da separação da consultoria como remédio para tais conflitos. Estas são as posições oficiais. O que se veio a passar depois pode levar a outra explicação, que é esta: reunir as duas firmas num primeiro momento para criar uma firma de auditoria forte; num segundo momento vender a consultoria, que estava no auge, em resultado das actividades à volta do “bug” do ano 2000, do euro e dos ERPs; e fazer um encaixe substancial em consequência. Só que entretanto rebenta a bolha das dot coms e o jogo fica baralhado. Mas a máquina já estava em movimento, não era possível voltar atrás na operação "separação" e havia interessados nela. Com efeito, apareceram a HP, a Cisco, e outras entidades a querer o negócio. Localmente os sócios da consultoria ensaiaram uma ténue tentativa de rebeldia e tentaram ligar-se a uma outra das big 5. A tentativa não chegou a descolar porque aconteceu, nessa altura, o caso Enron, que feriu de morte a tal firma. Voltaremos a este assunto.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Histórias da consultoria. Trabalhos inconsequentes
O desnorte em que estava uma das firmas era total, como o ilustra esta pequena história. Um sócio tinha aceite um trabalho de remodelação global do software de gestão de um banco pelo preço de 150 mil euros. Este valor incluía o próprio programa e a instalação em mais de 200 balcões espalhados pelo pais. Quem conhece estas matérias sabe que nem mesmo multiplicando por 100 este valor, o resultado seria brilhante. Para desfazer este compromisso, que na sequência da fusão passou para a firma resultante, foram precisas muitas horas em reuniões com o cliente que, legitimamente queria o acordo cumprido. Decorria o ano de 1999.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Marcar posição
Quem vai perder é o Benfica. Especulador é especulador e tem que ser considerado por conseguir actuar de forma consequente, a um nivel elevado e de forma organizada na sociedade, jogando as regras tal como estão definidas. É certo que muitas vezes nos limites da ética e do legal. Pequenas coisas que a plutocracia resolve.
terça-feira, 3 de julho de 2007
Estou por cá
O tempo é, talvez, o bem mais escasso do mundo. Olhando hoje para este blog vejo que decorreram várias semanas sem nele colocar qualquer post. É, como naquelas lojas de centros comerciais, quando o “volto já” é muito frequente os clientes deixam de aparecer, sabem que a probabilidade de bater com o nariz na porta é elevada. Neste tempo ocorreram muitas coisas. Um pupilo da HAL, mais um, foi-se; fui a casamentos, coisa rara hoje em dia; aconteceu o solstício de Verão. Mas mais importante que tudo, um amigo de longa data fez anos, tentando aproximar a idade dele da minha. Impossível meu caro Xico, a rotação da Terra também me inclui.
O tempo é, talvez, o bem mais escasso do mundo. Olhando hoje para este blog vejo que decorreram várias semanas sem nele colocar qualquer post. É, como naquelas lojas de centros comerciais, quando o “volto já” é muito frequente os clientes deixam de aparecer, sabem que a probabilidade de bater com o nariz na porta é elevada. Neste tempo ocorreram muitas coisas. Um pupilo da HAL, mais um, foi-se; fui a casamentos, coisa rara hoje em dia; aconteceu o solstício de Verão. Mas mais importante que tudo, um amigo de longa data fez anos, tentando aproximar a idade dele da minha. Impossível meu caro Xico, a rotação da Terra também me inclui.