segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
De formação
O mercado oferece hoje um sem número de pós-graduações, mestrados, doutoramentos e outra formação aprofundada sobre corporate governance, ética nos negócios, liderança autêntica (presume-se que a outra não o é), riscos comuns, riscos extremos, eu sei lá. Há uma coisa que eu sei, que todos sabemos, ou o ensino tem pouca aderência à realidade ou os responsáveis pela condução da coisa económica e social têm faltado às aulas.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
O gosto de estar
Num café de Lisboa
Num sábado de Inverno
De livro a estudar
O fumo
O fumo é um inferno
O gajo da gabardina
Gasta o queixo na mão direita
A esquerda é de nicotina
O olhar perdido
É a pose e a pausa
Partes do filme
Do cinema da esquina
(Dizem que vai aí um Fellini)
Na cantina de Ciências
É bom pr'a estudar
Há silêncio há miúdas
Mas falta-lhe o bruaár
No Martinho há bilhar
O Coimbra não tem recato
No Palladium deixam estar
Contando com o resmungar
("os doutores lixam-nos a vida")
(Isto está a piorar pá
Na Guiné limparam 80
Disse um tipo no Vá-Vá
aquilo não se aguenta)
Deixa vamos ao Império
Ver as tipas d' Avenida
Desfilar na passarelle
Enfin, la vie est belle
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Entende-se o cuidado dos responsáveis quando avaliam em publico a questão do impacto do "subprime", no sistema financeiro e por arrasto na economia nacional. Mas já neste momento os estragos são muito superiores aos que se esperavam. É que se a Banca, sobretudo nos países mais afectados, emprestava dinheiro contra garantias que de reais pouco tinham, e por isso ficou a arder com consideráveis incobráveis, hoje a mesma Banca, que já fez ou vai fazer “write-off” de elevados montantes, não empresta aos seus pares, nem mesmo aos bons cumpridores. Os problemas de liquidez no sistema bancário são reais. O resultado está a ser uma subida da taxa de juro mesmo no “prime”, e um regresso dos velhos Depósitos a Prazo como último refúgio dos aforradores. Num pais com um nível de endividamento das famílias em relação ao rendimento disponível superior a 120%, vai assistir-se a um geral apertar do cinto, os créditos já assumidos ficaram (e ficarão ainda mais) caros e o consumo vai baixar. Maus tempos para a economia, que vai desacelerar. É a globalização, pá.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Sobre o Tratado de Lisboa não pode haver referendo porque o texto é tão complicado que o povo não ia perceber. E seria uma perda de tempo tentar explicar um texto extenso e cheio de conceitos “híbridos”. Depois pode haver uma reacção do tipo, se não percebo voto não. E se esta ideia se generaliza é uma grande chatice. Claro que se poderia mandar imprimir e distribuir uma separata com o título “Tratado de Lisboa Explicado a Totós”, mas sairia caro e poderia ser isto mal recebido. Fiquemos por aqui. A festa foi linda, pá.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Ontem houve o encontro dos ex da ex-Old Co. É estimulante saber que os amigos estão bem profissionalmente e de saúde e que eventuais mal entendidos doutros tempos ficaram diluídos na espuma dos anos que passaram. Houve faltas imperdoáveis. Mas há a notar dois tipos de absentistas. Os que não puderam estar, por motivos de vária ordem, e disso deram antecipada notícia ou ainda virão a dar, esses é como se tivessem estado, pese embora a falha da presença física; e os que não respondem a este tipo de eventos, porque estão já tão perto do sol que o brilho que este lhes empresta os inebria. Ícaro sofreu do mesmo equivoco e voou ao encontro do sol ignorando as recomendações avisadas de Dédalo, que lhe repetiu vezes sem conta os cuidados que as asas coladas com cera exigiam. O resultado é conhecido, derretida a cera, as asas desfizeram-se e Ícaro acabou nas profundezas do mar. Há voos fatais para os deslumbrados com o seu precário poder.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
O erro de Malthus
Poderá um país desaparecer por se tornar inviável por razões demográficas, económicas ou ambientais? As três coisas andam ligadas. Com a taxa de natalidade a baixar e o envelhecimento a galope o rejuvenescimento da população é mais difícil e a produtividade reduz-se em consonância. Acresce que as alterações climáticas dão uma ajudinha, para baixo, à economia e, ao que parece, também contribuem para a esterilidade masculina. A riqueza do país vai sofrendo erosão e isso contribuirá para uma ainda menor natalidade. Se assim for um país pode desaparecer. Malthus enganou-se redondamente, no início do séc. XIX, quanto ao crescimento, a taxas geométricas, das populações.