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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Remodelação
Foi remodelado e contudo Correia de Campos tem razão. É incomportável ter equipamentos e valências tão raras, para já não dizer tão caras, a poucos quilómetros de Hospitais públicos (ou privados) que estão equipados com especialistas, máquinas e laboratórios de elevadíssima qualidade. O futuro esclarecerá.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Estórias de Consultoria: sapateiro e rabecão
Conheci de perto especialistas dos mais variados ramos do conhecimento. Contabilistas que ainda hoje fazem jus à competência que tinham e que melhoraram. Técnicos financeiros, cujas projecções serviram de base a muitas decisões estruturantes. Psicólogos que estiveram na mudança de cultura de algumas das organizações que ainda hoje têm saúde. E também informáticos, muitos bastante fracos, que se intitulavam o que não eram. Alguns dos projectos emblemáticos de tecnologias de informação, de que me recordo, tiveram um mau fim porque não tinham nas equipas um único engenheiro informático que fosse. Às vezes líderes de equipas numerosas pensavam-se, esses “tecnólogos”, grandes conhecedores destas áreas porque aprenderam a pôr uns “piscos” numas atabalhoadas parametrizações do SAP, usando a “tentativa-erro” de cada colaborador como método e chamando a isso pomposamente holistic approach. Grandes anos 90!
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O Tratado de Lisboa no The Economist

A imagem foi capa do The Economist numa das edições de Outubro. Representa o que do outro lado do Atlântico pensam sobre a discussão que na Europa os Governos da União estão dinamizar nos respectivos países sobre o novo tratado. O meio de comunicação representado é manifestamente antiquado, mas isso é um pormenor. O que vale é a mensagem que dele sai, que me parece ser bastante redutora. E preocupante. Enfim, valha-nos Deus,porque o diabo está sempre à espreita.
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O enigma de Timor
Morreu Shuarto. Governou a Indonésia em ditadura, durante 32 anos, mandou invadir Timor e dizimou um terço da população timorense. Muito sumariamente o quadro é este, por isso não se entendem as, aparentemente, divergentes atitudes dos actuais governantes de Timor. Ramos Horta, Presidente, a dizer alto e bom som que morreu uma das piores criaturas que a humanidade alguma vez conheceu. Xanana Gusmão, Primeiro-ministro, a acreditar na imprensa, a estar presente no funeral, com o argumento de que é preciso esquecer. Penso: será que Xanana o que quis foi certificar-se de que Shuarto estava mesmo morto e foi mesmo enterrado; ou haverá outras conexões regionais, quero dizer, outras explicações. Sendo assim a gente interroga-se: Horta e Xanana não conversam?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Para combater o deficit
Diz-se que os posts deste blog têm vindo a ficar desinteressantes, e até chatinhos. Acho que a opinião é lisonjeira, porque não estão a ficar chatos, são-no desde o primeiro texto. Como o cliente tem sempre razão fiz uma análise rápida aos conteúdos mais recentes e verifiquei que realmente nenhum deles acrescenta valor à blogosfera. Mas como também não pesam nem são catastróficos, vou estando, quanto mais não seja movido pelo gosto da espera estóica pela censura que irá aparecer. Mais cedo do que se pensa. Cá para mim a censura virá pelo lado fiscal: quem quiser blogar que o faça desde que pague. Impostos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Intermediação rima com mexilhão
O meu silêncio não é de luto pelo Pacheco, nem o gajo quereria uma coisa dessas. Ia rir-se a bandeiras despregadas se soubesse que alguém tinha esse tipo de sentimentos pelo estupor. Realmente o meu silêncio não tem uma causa explicativa, ou talvez sim. Os acontecimentos têm sido tantos, uns domésticos, outros vindos de mais longe, mas todos com fortes implicações no nosso dia a dia. Para os referir, nuns casos teria de revelar de que lado estou, vidé BCP, lei do tabaco, Ota vs Alcochete; noutros casos estou ainda aturdido e confesso, na expectativa, como é o caso do crash das bolsas e o do crédito hipotecário, vulgo subprime. Há dias um especialista recordava que dantes o negócio dos Bancos era o da intermediação de dinheiro, só muito vagamente se responsabilizavam, com uma pequena comissão, por pagamentos em transacções de exportação. Hoje, ao balcão da maioria da banca, vendem-se produtos que ninguém sabe explicar o que são, alavancados não se sabe porque artes mágicas. Sabe-se, sim, que uma vulgar constipação no sistema financeiro se pega a uma velocidade superior à da gripe das aves. Isto está para durar. E **** é o mexilhão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Pacheco foi-se
O Pacheco em certo sentido era um crápula desprendido. Tinha uma virtude, escrevia bem, sobretudo quando estava sem dinheiro. E estava quase sempre. Conta Mário Soares que uma vez descia o Chiado acabado de ser libertado da PIDE (Rua António Maria Cardoso, para quem se esqueceu ou nunca soube) e encontrou o Pacheco que lhe disse: ”tens aí 20 paus que me dês? estou sem cheta!”. O Mário Soares que disse que (por acaso) tinha, deu-lhos. O Pacheco entra num táxi e no fim da corrida diz para o motorista: “pode ficar com o troco!”. Este doido morreu na semana passada, ficaram os Exercícios de Estilo e a Literatura Comestível. Foi-se escritor Luiz Pacheco.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ah Leão
Os tempos são realmente de mudança. De súbito comovo-me num concerto do Rodrigo Leão. A explicação para isto estará algures entre a hiper-sensibilidade à estética de sons invulgares e a pieguice naíve da meia-idade. O acordeão, pouco avultado mas notável, aninha-se obediente nos braços fartos de Celina da Piedade produzindo-se em sons ora pungentes ora de baile. Os outros músicos são companheiros imprescindíveis da viagem que acaba quando ainda ajeitamos o ouvido, com a voz de Celina num "abraçame esta noche... aciercate a mi" muito convincente. É de ir.


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Bloco central alargado
Curioso ver os três políticos da quadratura do circulo coincidirem nos comentários contra o que disse o Presidente da Republica, no último Discurso, sobre a exagerada remuneração de alguns gestores. Que era demagogia, diziam, porque não é por aí que se endireita a economia. Houve até um que cavalgando a onda do entusiasmo afirmou que o bom seria que todos ganhassem muito. O António Vitorino também está contra o discurso nessa parte, quando naqueles minutos das segundas-feiras disse que se retirarmos as remunerações eventualmente altas às duas centenas de gestores mais bem pagos, não resolveremos o problema dos pobres do país. Na verdade há coisas como ética, exemplo, emulação, contenção, que eu pensava que tinham efeito moderador na sociedade. Não têm.

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