sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
As cheias de 1967, que vivi em Benfica.
Em 1967 Benfica era ainda província e uma terra de quintas. Havia a quinta do Charquinho, a quinta do Magistério, a quinta das Pedralvas, a quinta da Fonte e tantas outras. Hoje são bairros anárquicos e claustrofóbicos. A Estrada de Benfica, que corria ao lado de uma Ribeira até Sete Rios, era talvez a maior rua do país. Ia de S. Sebastião da Pedreira à Venda Nova. Nesta vasta zona "rural" viviam famílias tradicionais lado a lado com saloios que vendiam os produtos da terra e começavam a aparecer os primeiros achadiços que alugavam os novos e feios prédios de 3 andares, produto da "arquitectura" repetitiva dos patos bravos de Tomar. Nesse ano de 67, em Novembro, abateu-se sobre Lisboa uma das maiores cheias de que há registo. A Estrada e a baixa de Benfica, que concentravam a “agitada” vida comunitária e as lojas de comércio, sofreram uma inundação terrível em consequência da ribeira, que corria a céu aberto até Sete Rios e daí até Alcântara, ter galgado o leito e crescido muitos metros acima do seu normal.
A ribeira, que no Verão exalava um cheiro pestilento, está hoje civilizadamente (en)coberta por prédios de muitos andares, em Benfica e no resto do percurso. Dizem os entendidos que a natureza procura sempre aquilo que lhe pertence e que a catástrofe voltará um dia a acontecer. Faltará o então Padre de Benfica, Álvaro Proença para, na homilia dominical pedir, de forma muito enérgica, aos paroquianos que ajudem o comércio local comprando os salvados das cheias.
Em 1967 Benfica era ainda província e uma terra de quintas. Havia a quinta do Charquinho, a quinta do Magistério, a quinta das Pedralvas, a quinta da Fonte e tantas outras. Hoje são bairros anárquicos e claustrofóbicos. A Estrada de Benfica, que corria ao lado de uma Ribeira até Sete Rios, era talvez a maior rua do país. Ia de S. Sebastião da Pedreira à Venda Nova. Nesta vasta zona "rural" viviam famílias tradicionais lado a lado com saloios que vendiam os produtos da terra e começavam a aparecer os primeiros achadiços que alugavam os novos e feios prédios de 3 andares, produto da "arquitectura" repetitiva dos patos bravos de Tomar. Nesse ano de 67, em Novembro, abateu-se sobre Lisboa uma das maiores cheias de que há registo. A Estrada e a baixa de Benfica, que concentravam a “agitada” vida comunitária e as lojas de comércio, sofreram uma inundação terrível em consequência da ribeira, que corria a céu aberto até Sete Rios e daí até Alcântara, ter galgado o leito e crescido muitos metros acima do seu normal.
A ribeira, que no Verão exalava um cheiro pestilento, está hoje civilizadamente (en)coberta por prédios de muitos andares, em Benfica e no resto do percurso. Dizem os entendidos que a natureza procura sempre aquilo que lhe pertence e que a catástrofe voltará um dia a acontecer. Faltará o então Padre de Benfica, Álvaro Proença para, na homilia dominical pedir, de forma muito enérgica, aos paroquianos que ajudem o comércio local comprando os salvados das cheias.
Acordar
Povo estranho, este. A nossa histórica propensão para a vertigem. O gosto de estar permanentemente na corda bamba. O mórbido hábito de secar as fontes para que ninguém beba da água que brota naturalmente. E o culto secular da tristeza e da depressão, entrecortados por estados passageiros de euforia. É o que me traz à ideia a sigla BCP nestes últimos meses.
Povo estranho, este. A nossa histórica propensão para a vertigem. O gosto de estar permanentemente na corda bamba. O mórbido hábito de secar as fontes para que ninguém beba da água que brota naturalmente. E o culto secular da tristeza e da depressão, entrecortados por estados passageiros de euforia. É o que me traz à ideia a sigla BCP nestes últimos meses.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
10 dicas para o aluno moderno
1. Põe os teus cotas na Comissão de Pais . Avalias, indirectamente, os professores;
2. Se um professor te puxar por um braço, prova que foste agredido;
3. Se fores chamado à atenção, diz que foste humilhado;
4. Não te esfalfes a estudar, o professor será avaliado pelos teu maus resultados;
5. Se houver agitação prova-se a incompetência do professor;
6. Sabes pouco: culpa da escola;
7. Sabes alguma coisa: mérito dos papás;
8. Se agredires fisicamente um professor, faz saber que vinha ferido de casa;
9. A tua escola é um inferno? O céu é para os betinhos;
10.Poupa-te, há analfabetos com grandes vidas.