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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ai Portugal, Portugal
A febre dos concursos nas televisões é um fenómeno inexplicável. São os tempos da exposição a tostão. Seja em concursos, seja em talk shows, as pessoas gostam de expor a vidinha. Não importa o ridículo do que (não) sabem, o que importa é ser (re)conhecido na rua no dia seguinte. Ontem uma professora do primeiro ciclo marcou presença num concurso caracterizado por um adulto enfrentar, ao nível dos conhecimentos, um grupo de miúdos que frequenta exactamente o primeiro ciclo de escolaridade. Foram minutos de vergonha e de pesadelo. O nível de conhecimento da “professora” era muito inferior ao dos miúdos. Para além de ter dúvidas e de errar em quase todas as questões que lhe foram postas, a menina “pifou” quando respondeu, convicta, que a matéria prima da industria vidreira era o vidro. Todos os miúdos sabiam que era a areia. Como não? Para fechar, pasme-se, a menina professora disse ser actualmente formadora de professores mais avançados, “que, coitados, precisam de ser reciclados”!
Ai Portugal, Portugal // do que é que estás à espera? // Tens um pé numa galera// E outro no fundo do mar... (Jorge Palma)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Phase Out
Conhecemo-nos, integrava ele um Governo na área da Industria, nos idos de quando Portugal era bom aluno. Esteve depois na Banca onde colaborámos alguma coisa. Foi de seguida figura importante numa alta autoridade, recentemente “remodelada”. Hoje encontrei-o a presidir a uma reunião na Reitoria da Universidade. Foi um reencontro de “jovens amigos” como reconhecemos. Como ele costuma estar no lugar certo no momento certo, a surpresa de o ver ali e um certo paralelismo das vidas, ia a dizer carreiras, reconfortou-me quanto ao futuro.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Conversa no Mindelo, Cabo Verde, numa tarde de Julho de 2008

Sabe uma coisa, os meus compatriotas neste país não aceitam fazer certos trabalhos que aceitam fazer no estrangeiro. Por isso vêm os Brasileiros de Fortaleza para a construção, para a restauração e para os serviços de limpeza. Na Praia e no Mindelo os de cá não aceitam. E olhe que os ordenados não são maus, 100 euros por mês. Os Brasileiros trabalham e conseguem aforrar 1200 euros por ano. É mau? E o empresário limpava com um lenço de seda o suor que a humidade e a irritação do discurso lhe causavam.


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