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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O preço dos combustiveis
Há um natural desfasamento entre o tempo e o custo do petróleo no up stream (extracção) e no down stream (refinação e distribuição). Os refinadores compram aos produtores o crude com meses de antecedência, como forma de evitar roturas na cadeia de fabricação. Neste momento a refinação estará a trabalhar com crude negociado em Maio ou Junho, quando os preços estavam muito elevados.
Assim, será preciso algum tempo para que o reflexo do abaixamento do custo no up stream se note nos postos de abastecimento de combustível. É esta explicação que não tem sido dada à opinião pública, assistindo-se, pelo contrário, a uma discussão espúria e até demagógica, que só confunde. Ou será que no início deste processo a refinação e a distribuição ganharam bom dinheiro antecipando aumentos no preço ao consumidor final quando ainda estavam a tratar com matéria prima comprada a preços baixos e, por isso, agora lhes seja penoso explicar este mecanismo da formação do preço? Ou então estarão com receio de explicar claro clarinho as regras do jogo, porque assim desvendam o segredo acirrando no futuro o escrutínio popular.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O lado bom das coisas más
Guerra é guerra. E os horrores que semeia e deixa não se apagam assim, com um estalar de dedos. Contudo, nunca me tinha ocorrido que uma das vantagens competitivas de Angola seja uma consequência da longa guerra que lavrou no país. A disciplina e a hierarquia que havia nos militares da força vencedora e as múltiplas profissões requeridas pela estruturas militares organizadas permitem hoje a Angola ter especialistas nas mais diversas áreas das profissões práticas, desde o mecânico ao motorista, do barbeiro ao cozinheiro, ao padeiro e a muitas outras. Claro que o petróleo ajuda. E os diamantes idem. Mas noutros países, de África e não só, manter uma estrada ou uma fábrica de processo simples é inviável. Não há gente para desempenhar tarefas simples como conduzir um camião. Até a guerra pode ter um lado positivo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Os antigos novos fumadores
Atravessar a cidade na zona de escritórios a meio da manhã de um dia útil é ver como a emenda é pior que o soneto. Os fumadores juntam-se em grupos que vão engrossando nos passeios à porta das coutadas, digo, cotadas, que são empresas que estão na bolsa e que dependem mais da lotaria das cotações do que da produção do que quer que seja. Com a emenda pretendia-se, coisa de longo prazo, evitar que os fumadores se tornassem um fardo para o erário público, por via de doenças e morte prematura. O soneto é a rima a mais curto prazo, as pessoas fumadoras fazem pouca coisa no intervalo dos cigarros, que duram e duram a fumar, contribuindo para que o fardo da produtividade seja notoriamente mais pesado desde já. É o que dizem.

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