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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Avaliação de professores
O fundo está certo. A forma está errada. Refiro-me à avaliação de professores tão falada nestes últimos tempos.
Avaliar o trabalho de quem quer que seja é um princípio salutar, que permite ao avaliado parar para pensar. Conheço quem na sequência de uma sessão de “performance appraisal” tenha mudado de profissão; assim como sei de quem se decidiu a abraçar uma carreira por ter ficado surpreso com o resultado da avaliação que não esperava tão brilhante. Três a cinco objectivos que sejam simples, mensuráveis, atingíveis, realistas e com prazo definido e voilá, aí temos o princípio de avaliação. As regras do jogo implicam que os objectivos se inscrevam numa visão definida à partida e façam sentido na prossecução da missão de uma organização. Quem avalia tem de ter a liderança legitimada. E o tempo gasto na acção de avaliar tem de ser mínimo, tipo relâmpago, para não causar entropia e angustia a avaliador e avaliado.
Não é nada disto a avaliação dos professores. Andam estes coitados desde o primeiro dia deste ano lectivo com fichas e matrizes e reuniões e sessões com coordenadores e com avaliadores e com conselhos directivos e novas fichas e despachos interpretativos e manifestações e discussões e abandonos da escola, alguns definitivamente. Se era este último o efeito que o ME pretendia, conseguiu. Os outros efeitos colaterais são públicos. Professores contra professores, mal-estar geral, alunos que exorbitam em comportamentos inenarráveis. O que ainda não se viu – e diz o ME que existem – foi um par de professores vir a publico defender as virtudes desta forma de avaliação.

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