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domingo, 28 de dezembro de 2008

Boas festas e a convergência digital 

As novas formas de mandar Boas Festas são bem ao estilo take way que hoje caracteriza o modo de relacionamento social. Usa-se uma lista enviada por outrem, usa-se o "cc" resultante do reply to all, e está o dever cumprido. Aliás não está cumprido, está excedido, porque muitas vezes estão na lista pessoas que nem são sequer conhecidas de quem envia a mensagem. Isto sem considerar que é uma violação da netiquete divulgar um conjunto de endereços de terceiros sem a autorização destes. Depois vem o texto. Impessoal, inconsequente e anódino, muitas vezes. E por último, note-se na importância dada à coisa, é tal que frequentemente a mensagem é ipsis verbis repetida por sms.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Livros a mais para leitura a menos 

Diz-se que de duas em duas horas sai um livro novo em Portugal. Livro novo não é título novo. A este fenómeno não será estranha a concentração de editoras e o súbito reaparecimento de outras que estavam adormecidas há anos. Na zona do Chiado, onde ainda há livrarias (livraria e editora não é o mesmo), parece entender-se parte do mistério. Há pelo menos uma das livrarias em que a quase totalidade dos livros à venda é de clássicos, livres de direitos de autor. Com pequenas edições – hoje conseguem-se edições de 500 cópias - , e sem custos autorais, o investimento é reduzido. De qualquer forma fica-se com a ideia de que não há leitores para tantos títulos. Mas essa é a outra parte do mistério.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Reino do faz de conta 

Call centers, virtualização de empresas, a longa espera ao telefone de muitas centenas ou milhares de pessoas, o stress que se sente do lado de lá provocado pelo défice de conhecimento e sincronismo entre os agentes que tratam de um mesmo assunto em ópticas diferentes. E o reverso: a satisfação dos gestores pela redução dos custos, pelo emagrecimento da estrutura, pelo atingir dos objectivos, pelo curto prazo, pelo precário, pelo atamancar; gestores muito contentinhos a pagar uma bagatela a um telefonista que papagueia umas, sempre as mesmas, banalidades e

que, coitado do telefonista, tem como único objectivo ser veloz no falar e chegar depressa a dizer "mais alguma questão senhor silva?", mesmo e sobretudo quando a questão que lhe acaba de ser colocada ficou em águas de bacalhau.

Esta solução sai mais barato (agora) do que pagar know-how, conhecimento.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Previsões de Medina 

Medina em entrevista no seu melhor nos temas económicos tratados com um pragmatismo que faz doer. Ele diz que é pessimista. Oxalá que sim, que seja, porque se as previsões que faz se vierem a concretizar, teremos em breve agitação social preocupante. E como de costume a nossa forma de estar e reagir, do tipo "panela de pressão", não augura nada de parecido com Atenas. Será pior porque é mais passiva enquanto em lume brando, mas muito mais explosiva quando salta a tampa.


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Outra corrida outra viagem

Outra corrida outra viagem, esta viagem terminou!

Suba, suba, menina, suba para a roda gigante, venha sentir a vertigem da velocidade estonteante desta magnífica diversão, única na Europa e no Mundo.

Ooooo poço da morte! Nelson e Mary nas suas magnificas motas em cruzamentos alucinantes a velocidades inimagináveis e a rolarem de cabeça para baixo, sem qualquer apoio, numa esfera de aço de onde não podem sair. Nelson e Mary, venha ver o arrojo e audácia destes dois jovens artistas que arriscam a vida num espectáculo único no mundo!

Habilite-se, sai sempre, cada rifa 50 centavos e pode levar um lindo estojo de barbear ou um jogo de cinco panelas da famosa marca jometal, compre uma rifa e saia com panelas!

Comprem meninos, comprem o balão que vai ao céu se lhe largarem a guita. Sobe sempre, sempre, sempre. Chorem que o papá compra!

Coma das nossas bifanas e beba sangria acabadinha de fazer, só de produtos naturais, confeccionados ao momento. Bifana nacional de porco preto, exclusivamente criado a bolota!

Prove a nossa pinhoada, de pinhão de Alcácer e caramelo de puro açúcar, melhor que Torrão de Alicante!

Leia a sua sina na bruxa Alina, veja na palma da mão a sua saúde e os gostos e desgostos de amor, se o excelentíssimo cliente não ficar satisfeito devolvemos-lhe o seu dinheiro, venha saber se ainda é amado e como está o seu fígado!

Óh filho! vai um tirinho? 3 tiros no alvo é uma ginjinha, 5 tiros no alvo é uma garrafa de capilé. Vá lá, tente a pontaria. Por apenas 50 centavos!

Carrossel da Bicharada, alegria de adultos e crianças, para toda a família, sem perigo, venha e escolha a girafa ou o macaco, divirta-se por dez tostões! Um divertimento para avôs e netos em que ao pais também podem participar, só hoje 10 tostões!

Viaje no comboio fantasma e sinta horror e pânico como nunca sentiu, não traga crianças. Venha testar a sua coragem, não traga mala nem carteira e se é fraco do coração não entre. Para quem desafia o perigo e o medo garantimos que sairá daqui em estado de choque.

Como um ambiente de luna parque dos anos 70 é ingénuo e naive comparado com uma noite de televisão de hoje, telejornal incluido, claro..


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ainda a crise 

Arrasta-se e está longe do fim a maior crise do capitalismo moderno. Dizem que do capitalismo selvagem ou capitalismo ultra-liberal. Pouco importam os nomes para qualificar a desregulamentação defendida pelos que vêem na mão invisível do mercado o regulador natural, o equilíbrio. Teoria de uma simplicidade comovente: os mercados tendem a equilibrar-se naturalmente, dêem-lhes tempo. Dizia um famoso: a longo prazo estamos todos mortos.


 

 


Viajar para sul 

Viajar para sul do equador ainda pode ser uma enervante aventura. Sai-se do avião e por norma atravessa-se a pista a pé, em fila indiana até à gare. Abunda polícia com ar intimidatório e os agentes da imigração verificam meticulosamente os vistos. Segue-se o desaparecimento do passaporte para ser carimbado e a entrega um a um, por um agente que grita em voz alta o nome de cada viajante; desengane-se quem queira viajar anónimo. Tudo isto decorre com uma lentidão enervante e quando se chega a recuperar a mala já esta terá dado centenas de voltas nas passadeiras mal cuidadas, com roldanas e guias que quase a desfazem. A passagem pela alfândega amedronta e quando se pensa que tudo está passado somos rodeados de inúmeros pseudo taxistas e de populares que se propõem ajudar a levar a bagagem. No táxi às vezes há taxímetro, outras vezes o custo da corrida até ao hotel é arbitrariamente fixado pelo motorista; chega a pagar-se o dobro do que se deveria. O check in no hotel volta a ser kafkiano, olham para o voucher, telefonam não se sabe para quem, pedem o passaporte, desaparecem com ele por minutos intermináveis, o mesmo com o cartão de crédito e por fim "não temos reserva neste nome", dizem. Segue-se uma discussão demorada, negoceiam-se alternativas. Horas depois lá se entra num quarto cedido quase por favor. Isto se a chave que empregado traz for a chave certa, o que nem sempre acontece. Convém que o viajante mantenha a calma e mostre um permanente sorriso, sob pena de o processo emperrar num destes passos.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008



Lugares comuns


Dizia-me o Pepe que mora em Sevilha e trabalha em Madrid: é verdade que para chegarmos mais depressa a um destino muitas vezes é preciso andarmos para trás. Gasto meia hora de carro de casa à estação central de comboios; quando o TGV se lança para Madrid, passo junto a minha casa 2 minutos após a partida. Meia hora que se recupera em dois minutos. Ademais não tenho alternativa.
Posted by Picasa

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