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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A confusão 

Para que a confusão fosse total e completa faltava só este condimento nacional. Agora sim estamos na crise. No olho da crise, para sermos mais precisos. Se Charles de Gaulle dizia ser impossível governar um país com mais de 300 espécies de queijo, referindo-se ao seu país, a França, é porque não conhecia o odor intenso do queijo da serra mal curado. Bastar-lhe-ia esta espécie, que dá o cheiro ao presente momento do país, para chegar a igual conclusão aqui e agora.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

BO 

O momento ajuda. A baixíssima taxa de popularidade do que sai ajuda, os antecedentes ajudam, a vontade de mudar ajuda. Talvez mais de 70% dos habitantes da ecúmena estejam neste momento ao lado do novo presidente dos EUA. Este é que é o problema, o das expectativas e o da impossibilidade de agradar a gregos e troianos. Assim, a duração deste estado de graça e de esperança é uma questão de tempo. Os 70% de amigos de hoje serão progressivamente 60%, 50%, 40%, … à medida que vejam os seus interesses postergados. Afinal, embora na política os sentimentos da mole interessada sejam bastante mais amplificados tanto na paixão como no ódio, na vida comum as coisas passam-se de semelhante maneira. É o interesse que move as relações.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Quotidiano da crise 

O mundo está em crise. O país está em crise. As pessoas estão em crise. A palavra é assim como que o álibi para nada se fazer e o pouco que se faz ser tardio e mal feito. Depois refaz-se, e volta a não sair bem. Isto vezes sem conta. A má catadura de quem faz - lojista, médico, chofer de praça, fornecedor em geral e até ministro – leva a que quem requereu o bem ou o serviço fique com coisa diferente do que solicitou e precisa e que fique calado, vencido pela exaustão da espera e pelo desespero que lhe causa a iniquidade de todo este calvário. Enfim é a crise. Até de humor.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Os mecanismos da crise 

Como habitualmente antes do inverno os índios perguntaram ao chefe quanta lenha deveriam arrecadar. "O máximo que puderem, porque o frio pode ser muito", disse o chefe do alto da sua sapiência. E a tribo lá se organizou nas tarefas de cortar, seriar e arrumar a lenha. Trabalho que os ocupou todo o Outono. Foi então que um dos índios interrogou o chefe: "Chefe, a lenha já será suficiente? paramos ou continuamos a cortar?". Aí o chefe pediu uma hora para pensar. Fechou-se na tenda e ligou para o serviço meteorológico: "Informem-me por favor, este inverno vai ser ameno ou rigoroso?". "Rigoroso" disseram de lá. "Como é que têm assim tanta certeza?", perguntou admirado o chefe. "Fácil, meu caro senhor. Os índios não param de arrecadar lenha e destas coisas eles é que sabem."


domingo, 4 de janeiro de 2009

Volatilidade, incerteza, 2009 

A incerteza causa normalmente inibição de acção. Paralisa. As excepções do tipo Indiana Jones e James Bond são raras ou de ficção. E a nível social global não existem. A Incerteza não causa volatilidade.

Já o contrário não é assim; a volatilidade causa incerteza. O baloiço que é a volatilidade, nos seus movimentos de vai e vem, nos últimos tempos movimentos de amplitude inusual, pode apanhar alguns distraídos. Ou mesmo alguns atentos que não contam com as alterações imprevistas do balancé. E estas derivadas da confiança são as características deste 2009 que temos. E dos anos que se lhe seguem.


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