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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Bullying global 

Na escola do meu tempo havia quase sempre um bode expiatório para tudo o que de mal acontecia. Na minha lembro-me de que sempre que o livro de sumários aparecia riscado, um lápis desaparecia ou uma porta era arrombada, o culpado era o Tarari. Um acontecimento que ainda hoje tenho bem presente tem que ver com um vidro de uma janela que apareceu partido, eventualmente em resultado de uma bolada de um chuto azarado; acontecimento que pôs toda a criançada a cantar, como hoje se vê nos estádios de futebol, "foi o Tarari que partiu o vidro!". Razão para o Tarari ter sido chamado ao Director. Mas procurado, nada, não havia vestígios do Tarari. Estaria escondido ou mesmo fugido da escola, afirmavam convictos os miúdos ao mesmo tempo que a ensurdecedora cantilena continuava "Foi o Tarari que partiu o vidro!". O que se veio a concluir é que o Tarari estava há dois dias de cama com gripe, pelo que não poderia ter sido ele o autor do incidente.

Agora Portugal é apontado como o faltoso que tem contribuído para a queda das Bolsas, para a má figura do Euro, para o enfraquecimento da Economia europeia por o défice das contas públicas exorbitar. Portugal é o Tarari. Então e a Itália, a Espanha, a Irlanda e todos os outros que têm não só janelas mas também telhados de vidro (partidos)? Haver um Tarari dá jeito, mesmo considerando a irrelevância do peso e da presença.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tanga e fio dental 

Há tempos alguém fez um discurso que ficou celebrizado como o discurso da tanga, essa reduzida peça de vestuário com que o Tarzan nos filmes tapava as intimidades que havia a tapar quando deslizava de liana em liana, gritando aááuáuáuááaaa. Grito que deixava a Jane fora dela e a Chita a coçar a cabeça e a barriga. O grito era sinal de perigo e cada um por seu lado desatava a procurar afanosamente os outros. Os filmes contavam invariavelmente as peripécias dos três na busca de cada um e acabavam com o Tarzan de tanga, sempre de tanga, junto de Jane, que tinha vindo há menos tempo da civilização e por isso apresentando-se mais compostinha, ambos a acarinhar a macaca Chita exibindo-se nuzinha em pêlo. No discurso da tanga o discursante queria mostrar metaforicamente que o país estava como o infeliz Tarzan. Infeliz nem tanto, afinal não consta que o Tarzan passasse mal na selva onde tinha os animais por amigos, tinha a Jane para os primeiros socorros e a própria Chita segurava as pontas quando tudo o resto falhava. O discurso seria hoje menos edílico. Em vez de tanga talvez se falasse de fio dental que até nem é o último estágio. A Chita nem isso usava.


quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Escola

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