MARDUQUE

Comentário de quem dedica á política um interesse q.b., depois de ouvir no noticiário matinal da Antena 2 as desgraças do nosso OGE em contraponto com o crescimento do Brasil que andará perto dos dois dígitos graças à acção do Lula: se vêm para cá tantos futebolistas do Brasil, porque não importamos também o Lula que tem experiência de como transformar coisa ruim em país próspero e ainda para mais vai ficar desempregado? Fala português, cria facilmente empatia, é adorado por ricos e pobres, por sindicatos e patrões? Nós também demos ao Brasil o nosso D. Pedro IV, lá conhecido por D. Pedro I. Mas os tempos eram outros.

Desabafo de um jovem docente que esteve afastado da Universidade durante quatro anos: Os alunos da Universidade são agora piores do que os do antigo Liceu no comportamento nas aulas. É preciso mandá-los calar frequentemente e chegaremos a tempos de os ter de pôr fora. Do ponto de vista da forma de pensar, não pensam. Lêem umas coisas na Net, por vezes de autores duvidosos, se está na Net está certo, têm uma postura acrítica face ao que encaixam de relance; estou sem paciência para isto.

O Natal está a chegar, lembraram-me ontem os operários que, sem pressa, iniciaram a colocação dos postes de suporte à iluminação e enfeites no meu bairro. Começam cedo, mas o emprego social também serve para isso, com um objectivo inequivocamente fixado, o Natal, o esforço não precisa de ser muito puxado. Apenas há que garantir que no dia aprazado as luzes se acendem emaranhadas nos sinos e estrelas de cores várias. O Natal está a chegar, este ano com menos consumismo. Seguindo a tendência, o envio de postais pelo correio será mais e mais reduzido, sobem os mails e sobretudo as mensagens de sms. Há ainda os telefonemas dos familiares e amigos que aí pelo dia 24 num rebate de má consciência ou de gestão parcimoniosa do parco pecúlio se lembram de debitar um discurso do tipo, lembro-me sempre de vocês mas a vida é sempre a correr, mas hoje tirei um bocadinho, então como estão todos, ficam por cá no ano novo? não vão lá acima, nós tentámos a madeira, dizem que o fogo na baía do funchal é de nunca mais esquecer mas os hotéis esgotaram e etc. e tal e acabam com um tudo de bom para vocês e que o novo ano, se não nos falarmos, vos traga aquilo que mais desejam. No dia seguinte é Natal e pronto, aliás ponto. Ponto cruz na toalha de linho que uma vez por ano sai da naftalina para a mesa.

Ver Cinema em sala de cinema ainda é uma boa opção. A indústria da sétima arte tem-se esforçado por melhorar a imagem, o som e as técnicas de filmagem. O filme, agora em exibição, "Comer Orar Amar", de tecnologia digital, é um bom exemplo. Com recursos parcos e uma actriz de boa figura, a Julia Roberts, consegue-se um filme de mais de 2 horas de bom entretenimento. É certo que 50% do filme é de sorrisos da Julia, 25 % é de planos da sua boca retocada com botox e o restante é preenchido com paisagens de Itália, Índia e Indonésia, Bali para sermos precisos. É certo que o filme não será recordado daqui a um mês. Mas o cinema vale também por esse lado efémero. Serve enquanto dura. E o deste género não dói nada.