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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Nós todos bem 

O 13 de Fevereiro não foi sexta-feira este ano. Mas nem por isso deixou de marcar presença, a exemplo do que tem acontecido nos  últimos anos. O dia acordou solarengo, muito claro, a neve a obrigar ao uso de óculos escuros tal a intensidade dos raios solares, multiplicados aleatoriamente pelos cristais que mudavam a reflexão com a força do vento.  As montanhas circundantes mostravam metade dos bosques, a outra metade estava encoberta pelo quase chantili do nevão dos dias anteriores. Agradável à vista mas a enregelar o corpo.  Valia a pena estar assim naquele dia, de bem com o mundo, a natureza, o Criador. Começam os telefonemas mal rompe, assim,  a manhã. Burrice minha porque deveria ter bloqueado o roaming, essa inovação que nos empresta, por um par de euros, o dom da omnipresença. E um dos telefonemas marca sem apelo nem  agravo o dia que começava, parabéns,  blá-blá-blá (standard) e olha o pai teve um avc esta noite, mas não digas nada aos presentes. Os presentes têm de me acudir, porque estas notícias não são daquelas que se assobia para o lado e a gente guarda para a gente. Para aquela data havia combinações,  planos e surpresas; tudo se cumpriu. Seguiram-se depois os dias e as noites porque o terra continuou a girar e houve que olhar a coisa de frente, seguir o calvário dos hospitais, filas, datas, senhas, batas brancas, azuis e verdes. Ver casos idênticos e piores. Fazer o que se podia para repor o homem na vida com o mínimo possível de traumas. Foi o início de infindáveis dias seguintes que os pôr do sol não ajudam a tornar mais ameno.

terça-feira, 10 de julho de 2012

À guisa de não sei quê 

 O corredor (o correr?) dos anos traz-nos ao conhecimento gente e Gente. Falemos de gente, normalmente arrogante e ignorante, usa a astúcia para conseguir o que pretende (hodiernamente diz-se atingir os objectivos, como sabe qualquer jogador da bola que usa o termo e o repete à exaustão, no final da contenda, quando sem poder com uma gata pelo rabo, suado e sugado, à frente de um placard com centenas de anúncios, diz que o mister é que sabe dos objectivos do grupo de trabalho) e, voltando à gente, cagando e andando, sem escrúpulos lá vai “caterpillando” os obstáculos quando estes não se desviam previamente, **da-se. Sobre a Gente que conheço é mais difícil falar porque é quantitativamente mais reduzida, usa valores e interrogações. Pára frequentemente para analisar as opções, para ponderar vantagens e inconvenientes para os outros, conduz-se por princípios (antiquados) de consciência avaliados em noites de angústia, sente culpa (podia fazer mais e melhor) mesmo quando se esmifrou e conseguiu. Diz o adágio cínico que não está em moda porque demasiado aderente, “mais vale acompanhado no inferno do que sozinho no céu”.

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