<$BlogRSDUrl$>

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fardas 

As pessoas gostam de fardas. Ponto. Gostam de usar aquela coisa que julgam dar-lhes estatuto. No fundo gostam de se anular ou de emular (não confundir com imolar, lagarto, lagarto!) outros. É a síndrome da carneirada: lã da mesma cor, tosquiada com igual corte. Era raro há uns anos ver-se, fora de Coimbra, a juventude usar capa e batina. No seu tempo esta vestimenta não era farda, mas antes a forma de esconder as misérias e combater o frio. Hoje em dia, sobretudo à quinta-feira, vá-se lá saber porquê, Lisboa é invadida por baratas tontas exibindo-se garbosas numa ridícula farpela preta, que foi usada por verdadeira necessidade nos dois séculos que ficaram para trás. Como durante 13 anos me compeliram a usar farda não vejo, como por escolha pessoal, a juventude goste de se arregimentar no grupo dos sem nome.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O que não se diz sobre otites serosas 


Falar e ouvir estão mais unidos na caixa otorrinolaringologista de cada pessoa do que pensava. Falar com os ouvidos entupidos é irritante; mas isso é o menos. O mais é que nunca me tinha apercebido de que há uns nano segundos após cada som em que a pessoa ao ouvir-se valida a fala e - embora não possa voltar atrás porque o que disse está dito - , vai com esse rapidíssimo retorno corrigindo o discurso a haver. Ao não se ouvir, ou ouvindo-se numa caixa de ressonância distorcida, a atenção (irritação) não deixa que este processo se cumpra. A focalização vai para a modulação da voz (estou a falar alto ou baixo, claro ou roufenho?), com nítido prejuízo para a assertividade do que se pretende comunicar. A otite terá origem nos políticos?    


This page is powered by Blogger. Isn't yours? -->