terça-feira, 24 de dezembro de 2013
S. Jorge de Portugal !!!!!!!!!!!!!!
Há cinquenta anos os cinemas de Lisboa apresentavam, antes
do filme principal, um documentário bem elaborado tipo magazine sobre o que
corria pelo mundo, sob o título “Actualidades
Francesas”. O locutor tinha uma forma peculiar de se exprimir que, sempre no
mesmo tom ligeiramente cantado, tanto anunciava o funeral de um presidente como o nascimento de
uma foca no jardim zoológico de Toulouse. Já não temos esse magazine, mas se
ainda existisse diria sobre Portugal o que se segue.
O país ensandeceu, as pessoas perderam o norte e andam por
aí à procura de qualquer coisa que lhes sirva de bússola para ganharem alento e
rumo. O crescimento económico é ridículo; sendo por isso ridículo o barulho que
se faz à volta dele; não é, aliás, sustentável, como se verá no primeiro
trimestre de 2014. Na educação veem-se professores, ministério e sindicatos a
jogar um difícil jogo de encontrar caminhos que revigorem o estado das escolas;
não se entendem, nem na linhas mestras
que norteiem os programas nem no
ajustamento de efectivos que a demografia está a impor; depois decretam-se uns
concursos a vinte euros para legitimar o holocausto. Na saúde, não se percebe a
razão do endeusamento do ministro pela imprensa; as tão gabadas USF estão moribundas,
marcam-se consultas para médicos de família a meses de distância; a tal primeira
linha que aliviaria as urgências não está a funcionar; os hospitais estão depauperados,
com condições que lembram os de campanha do século passado; os nossos
enfermeiros emigram para o exigente norte da Europa e há médicos a aceitar
lugares na Amazónia. Na justiça é o que se vê, suprimem-se tribunais e outros
serviços no interior do país e voltaremos à justiça por mãos próprias;
entretanto o secretário de estado acaba de se demitir. Na defesa, valha-nos S.
Jorge de Portugal, que foi gritado a plenos pulmões em Aljubarrota, com um sucesso
retumbante, vencemos; é humilhante ver um general de muitas estrelas postado
atrás de um ministro que, enfim… se desgasta em entrevistas diárias aos
telejornais a explicar o que ninguém percebe. Na política externa que dizer de toda a gente de cá e de lá de
fora a meter a colherada no nosso sistema político e constitucional, com a
Merkel a dizer que espera que Portugal resolva a crise da melhor maneira, ou
seja, que “me paguem o que me devem a juros de agiota”. Das finanças, já cansa
ver como todos os anos manda o barro à parede no sentido de ir buscar o
dinheiro aos reformados, que são presa fácil, não têm força reivindicativa, de
seguida culpa-se o tribunal constitucional por ser uma força de bloqueio que não
deixa o país progredir e o governo governar, e desculpem lá mais este imposto.
Havia um dos importantes de cá que quando fazia alguma coisa
que ia para além do “Bojador” me dizia com a cara mais séria e intimidante: “tenha
paciência!”. Tinha que ter.segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Time & weather
O tempo vai frio. Falo do tempo atmosférico. Não chove
há muito, as temperaturas noturnas por aqui são francamente negativas. A geada
cobre de branco os campos que eram verdes e estão a passar a castanho, queimados.
Não se trata de nada de novo, geralmente falando, nem isto era assunto quando
corria contra o tempo. Aqui tempo de relógio. Temos, assim, que o tempo das
horas e o tempo do sol e da chuva nem sempre coincidem nos interesses da gente.
Cada um tem curso próprio. Ah! mas é da meia noite às sete, para muitos horas mortas, que as temperaturas são
mais deprimidas.