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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Agora o verão 

Vale o entardecer destes dias
Do verão que tarda em ir-se.
Vale a música do balido
Do rebanho do Rodrigo.

Vale? Valeria cem mil réis
Em dinheiro de outra era?
Vale agora cinquenta cêntimos
Em moeda de quimera.


Este verão vale um vale 
Entre montes de desgraça.
Supera a corrente do rio
Que arrasta pr'ó oceano
A torrente que aí grassa.



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Bodas de oiro 

Distraído, deixei passar em Agosto uma data crucial e marcante da minha vida. As bodas de oiro de trabalho. No dia 1 de Agosto de 1964, acabado no dia anterior o que então se chamava curso comercial, passava a pertencer à população activa. Hoje seria considerado trabalho infantil. Nessa altura havia quem, legalmente, começasse aos 14, por isso eu com 16 era até, de um certo e datado ponto de vista, um privilegiado. Iniciei nessa data as contribuições mensais para a então caixa de previdência e abono de família, que serviria para ter "caixa" e reforma um dia. Eu e muitos outros não tínha outra opção, era assim. Custava-me deixar uma parte do salário descontado para a caixa, e para mais um conjunto de outras rubricas, mas nada a fazer. Houve uma altura da vida em que ganhei consciência de que afinal talvez tivesse valido a pena dividir o salário entre disponibilidade imediata e poupança para o futuro. Pura ilusão. Os quarenta e muitos anos de descontos não só não geraram um valor capitalizado, como se assegurava naquele tempo, como esse valor passou a ser repartido por muitos, uns quantos por razões sem razão. Hoje sou dos que dependem do orçamento de estado, pertenço à classe dos que pesam no desequilíbrio estrutural. Eu, os funcionários públicos e as prestações sociais. Ah, e os juros da dívida. Sem reformados, sem serviços públicos (professores, médicos, juízes, etc.) e sem se pagar subsídios de desemprego, tínhamos o Orçamento mais equilibrado da zona euro. Há que resolver isto. Eu começava por exterminar os empatas: os velhos! 


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Como vamos? 

Isto está demais. Na educação não me lembro de nunca ver nada assim; um caos completo do Ministério na colocação de professores, escolas que já abriram e já voltaram a fechar, alunos desorientados em horários cheios de furos, pais que planearam a sua vida e não sabem onde deixar os filhos. Isto de entregar o ministério a um matemático é no que dá: as pessoas são variáveis, as intenções são constantes, o resultado é aleatório.
Na justiça é o delírio completo; das três componentes de qualquer organização: pessoas, processos e tecnologia, a ministra centrou-se nas primeiras, vagamente nos segundos e nada na terceira. Pode acontecer uma falha informática, diz a senhora. Pode, mas aqui não se trata de uma qualquer falha. Houve displicência somada a desconhecimento do papel da tecnologia. Faltou testar, testar, testar, engana-se quem pensa que sistemas de informação é excel e word. E mudar as pessoas, os processos de trabalho e a tecnologia, tudo ao mesmo tempo só pode dar bronca, que vai levar tempo, muito tempo a resolver.
Bons exemplos de como se pode pôr de pantanas duas áreas fundamentais de um país. 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Fim de verão 

O verão já lá vai. Um dia destes partirão as últimas andorinhas, para sul, dizem, e voltarão anunciando a próxima primavera. Mas estas vão ficar. Estão mesmo convidadas a passar o Natal e outras festividades e dias comuns nesta casa. Prontas para outros voos, sempre em direcção ao alto.


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