domingo, 19 de julho de 2015
Agostinho, Paulo e pessoas
Festival de Musica no Rio em Mora. É anual, anunciado sem parangonas e o cartaz não sendo arrojado tem qualidade. Na sexta foi Chaínho e ontem, sábado, foi Paulo de Carvalho com uma banda jovem e com a sua voz que, não obstante a barriguinha dos setenta, perdura bem colocada e sem desafinar. A plateia era um bocado grisalha, talvez a razão porque não chegou a haver clique. De tudo o que cantou gostei e retive um improviso feito com um excerto do que disse um dia Agostinho da Silva: "Cada vez mais gosto de menos gente". Agostinho da Silva, um filósofo, filólogo incomum.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
À conversa na Travessa
Hoje foi dia de encontro com amigos de Benfica. Amizades nascidas naquela idade indefinida entre os 15 e 25 anos. Das tertúlias de café e do início da vida profissional. Hoje todos retirados da vida activa, sem compromissos profissionais, sem a pressão do relógio e por isso as conversas são lentas, excessivamente pormenorizadas, com muitas pausas, com intermitentes olhares de interrogação a aguardar a devolução da concordância. Impressionante a memória do J Afonso, autêntico ponto de teatro a marcar a ligação entre todos e todas as conversas com datas, nomes, locais e dias da semana, dos acontecimentos de há 40 anos. O Carlos ainda a dizer-se injustiçado pelo não reconhecimento do que fez pelo Banco que ajudou a crescer. O Vito agora sem os filhos, adultos, a viverem fora e sem a mãe deles que se foi com outro há alguns anos. O J Afonso com a geografia gastronómica e dos vinhos de cá, do Brasil, Argentina, Chile, França, Rioja e da sua aldeia na raia beirã. O relógio não conta mas lá se foram umas horas até à altura de zarpar.
domingo, 5 de julho de 2015
Paulo Castilho e o sarcasmo.
Delicioso o sentido de humor de Paulo Castilho. No livro "O Sonho Português", tem tiradas como "...paleio introdutório que me pôs a contar cordeiros, mas foi concerteza pragmático, incontornável, alavancado, transparente, assertivo, performante, e seguramente também no espírito do novo paradigma". Brinca com o que há de mais recente no jargão dos debates da SIC Notícias e nos "soundbytes" da classe política instalada.
Esculápio, estou contigo
Há constrangimentos que se instalam e condicionam o dia a dia. Dois dias de dores é uma eternidade de tempo mal passado. Dois meses, é o tempo que já leva este castigo dos deuses. Dois meses impedido de sair e respirar ou transpirar no Alentejo longínquo. Dois meses com as noites a crescerem a afastarem as manhãs que, preguiçosas, levam eternidades a chegar. De quando em quando uma sonolência tépida quer ajudar-nos a chegar aos braços de Morfeu; mas logo uma dor aguda reage a um movimento, às vezes minúsculo, de um pé, de uma perna, da cintura e a viagem termina aí até que nasça o sol. Hérnias, ciáticas, glúteos, extrusão são agora um subdicionário que convém conhecer, na circunstância. Esculápio está vigilante, Morfeu vai colaborando.