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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Interlúdio (59) 

A viagem


Há dias tive um sonho estranho e perturbador. Perturbador porque quando me acordou, a meio da noite, custou-me tempo demais a voltar a adormecer. Era assim o sonho: Ia eu embarcado num barco enorme, talvez um barco de cruzeiro, que aliás é coisa de que não gosto, cruzeiros. E o barco, ia-se afastando da costa, num estuário, que deveria ser o do Tejo, a julgar pela linha que se desenhava no horizonte. O casario ia ficando cada vez mais longe e os montes  sumindo-se arredondados e esbatidos. A sensação que sentia era de perda, deprimente mas, ao mesmo tempo, muito semelhante a uma situação doce e evanescente. Do barco deixava de se ver terra quando acordei.
Um explicador do onírico interpretaria, porventura, o significado deste meu sonho e a razão porque o sono me deixou no mar alto, só eu. Outro pormenor que me perturbou:  este, de no barco enorme não haver outros passageiros.
Talvez a explicação mais comezinha para este estranho sonho - é raro sonhar -, seja, afinal, a que logo logo me ocorreu: isto é a vida. 



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