quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Interlúdio (67)
sábado, 3 de julho de 2021
Interlúdio (66)
Os dinossauros também se foram
Estava na minha lista de tarefas a realizar, esta a de reavivar o blog. Não é pelo número de leitores, que deverá andar pelo zero, mas por mim. Foi coisa que nasceu há alguns anos, quando havia assuntos que, eram motivos em si, presumivelmente importantes. Não eram, não tiveram detratores nem concordantes, ficaram sim a poluir a blogoesfera, essa nuvem ainda nascitura que não transporta água mas gera tempestades. Por isso e para que não acabe esta minha ligação, por mim, dizia, aqui estou. Nem a pandemia foi suficiente para me acordar do letárgico estado em que, em termos de escrita, tenho vivido. A pandemia vai ceifar ainda muitas mais vidas, porque as várias mutações são a resposta do bicho para não se deixar domar. Se eu fôr um dos que vai ser apanhado, o que é mais que provável, gostaria de deixar o testemunho dos meus setenta anos de vida. Os anos 60 foram memoráveis. Havia razões e causas que nos tocavam. Havia um esbracejar político, social, de relações. Havia a clandestinidade dos pensamentos, dos actos, das vidas e até das mortes. Os anos 70 foram de um viver frenético na Europa, havia novidades todos os dias, a inovação espreitava por todas a frinchas. Nos anos 80 e 90 havia um viver sobre o conseguido. Havia, hoje não há. Abateu-se sobre o mundo, sobre toda a ecúmena, esta ameaça que pode acabar com a humanidade, tal e qual como acabaram os dinossauros.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Interlúdio (65)
Um primeiro dia de um ano
Acaba um ano em que todos chumbámos. O grande mestre ou o Mestre quis refrear a loucura dos homens e veio mostrar que o céu não é o limite. Os recursos da Terra teriam de ser ajustados às necessidades necessárias (parece um pleonasmo, mas é uma clarificação). O esbanjamento e a destruição que era a regra por todo o lado teve uma resposta da natureza, também em todo lado e em todas as pessoas. Vamos aguardar pela resposta dos homens e que a cura anunciada desta má coisa pandémica possas vir depressa para nosso bem e nossa salvação.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
Interlúdio (64)
terça-feira, 7 de janeiro de 2020
Interlúdio (63)
domingo, 21 de julho de 2019
Interlúdio (62)
O Verão não é já previsível. O país já não tem o tal clima temperado que fazia as delícias dos actores do Abril em Portugal que, não obstante, como slogan turístico nunca teve grande sucesso. A temperatura do ar tanto pode ser de 50 graus como ser abaixo de 20, num intervalo de tempo de dias e em qualquer estação do ano. Nada fazemos para contrariar o rumo do clima. Nada fazemos porque o mar que navegamos não será alterável nos anos próximos. Estratégias a nível global não são possíveis por ignorância ou ganância dos poderes com dominantes. Nunca a imagem da Torre de Babel do antigo testamento da Bíblia teve tanta aderência à realidade como agora. Em vez de pôr os homens a falar línguas diferentes para que a construção da torre não fosse possível e assim não conseguindo chegar ao céu, Deus deu aos homens o tal livre arbitrio que, nestes tempos tem conduzido à globalização que só aproveita a alguns.
domingo, 31 de março de 2019
Interlúdio (61)
Moscavide é como uma aldeia às portas de Lisboa. As lojas vendem os artigos de há 50 anos como o Lifebuoy, um sabonete nada simpático no cheiro mas que se dizia e diz altamente desinfectante. Os cafés de "passar tempo" são muitos e funcionam como centros de dia; a vizinhança chega e cumprimenta-se, pedem o Correio da Manhã e uma bica. A geração grisalha, que se aguenta estoicamente graças ao Centro de Saúde, discute a novela, elas e o futebol, eles.
Os restaurantes ganharam uma nova vida com o aparecimento do Parque das Nações que se instalou no outro lado do caminho de ferro; são baratos e continuam com um menu de cozinha tradicional. Os muitos escritórios da Expo debitam os comensais engravatados que comem rápido e deixam as mesas livres para o segundo turno que é o dos reformados. As ruas apertadas e os prédios acinzentados dos anos 50 do século passado acomodam uma misto de gente muito idosa e de alguns jovens que chegam porque os preços das habitações ainda não sairam de controlo, como acontece nos bairros vizinhos.
sábado, 2 de fevereiro de 2019
Interlúdio (60)
Esta quietude inquietante
Da charneca alentejana
Lembra a África
Do silêncio
E a mina que de rompante
Surpreendia o respirar
Um som seco clique pum!
E os soldados suspensos
Alguém apanhado pelo aço?
Há um ferido num braço
Há outro esticado na berma
Parece que ficou sem perna
O silêncio na charneca
Sem jornais sem televisão
Trazem-me à memória a mina
E o soldado refilão
Que com o braço desfeito
Num choro manso ciciava
Não fico assim pois não?
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Interlúdio (59)
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
Interlúdio (58)
Há tempos que
https://photos.app.goo.gl/jRSktWGqZfckS7Xr5
sábado, 4 de agosto de 2018
Interlúdio (57)
Ó ANA!
(Quase) um dia no aeroporto de Lisboa.
Pode dizer-se que está a funcionar pior o aeroporto de Lisboa. Multidões. Serviços. Organização. Negócio.
Multidões que a chegar e a partir, tornam mais difícil e ineficiente o desempenho dos multiplos operadores. As filas para tudo e nada são de muitos metros, disfarçadas pelos separadores em sucessivos zês. O ar não é de felicidade nos clientes. As informações de como fazer um check-in fora do standard variam em cada esquina onde se encontre e se pergunte a um "quinhentos". Para chegar ao balcão certo recebem-se informações diferentes e erradas.
Serviços. Caros, lentos e de qualidade abaixo do razoável. Num restaurante paguei adiantado um amburguer que não chegava, depois de uma espera de quarenta minutos lá apareceu uma coisas redonda, castanha escura, seca, execrável. Explicadas a razão do atraso, ficou a dever-se "a uma avaria na impressão dos tickets"!!.
Noutro balcão de cafés e águas ao troco do pagamento faltavam 10 cêntimos. Grão a grão...
A organização dos espaços resulta confusa, bem ao jeito da terra dos 275 queijos. Há que contar com este facto e juntar mais meia hora ao tempo usual de uma partida.
Negócio. Vai porventura de vento em popa. Todo o espaço rende. Os parques de estacionamento estão a preços de morte. E do exíguo terreiro das partidas foi feito um parque confuso, perigoso para a chapa dos carros.
Conclusão: piorou o serviço, aumentaram os preços, a recuperação do investimento é o objectivo a prosseguir a todo o vapor pela Vinci, SA.
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Interlúdio (56)
Mas o principal motivo porque não tenho dito mais no bloque tem que ver com o facto do Blogspot ter sido descontinuado pelo pelo editor. Para aqui inserir um texto é preciso dar voltas e voltas que fazem perder a paciência e assim se vão as ideias. O meu vínculo a alguns amigos tem-se diluído. A tecnologia mo deu a tecnologia mo está a tirar, digo fazendo agora uso, aliás abuso, de uns versos do Zé Afonso “... aí Deus mo deu ao Deus mo levou...”, nas Cantigas do Maio.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
Interlúdio (55)
Sete
Fúlgido olhar
Que transborda para dentro
O que parece nada
Toque de Midas
Que tudo torna em felicidade
Setenta
Degraus que se descem
E apagam-se as ideias
E transformam-se em certezas
O que já foi a vida
Crescem saudades das dúvidas.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
Interlúdio (54)
Ler e outras confissões
Na juventude passei por cima da etapa da leitura. Fui forçado a ir pelo cinema e pelo teatro; ver, claro. Por uma razão trivial, não tinha nem dinheiro para livros nem acesso a bibliotecas. Claro que também não tinha dinheiro para o cinema ou para o teatro. Acontecia afortunadamente que à época havia em Lisboa grandes salas de espectáculos que, aos sábados à tarde, franqueavam a entrada, em número limitado, a alunos da minha escola, desde que fardados. Mais tarde, depois de concluído o curso comercial, que tinha por objectivo preparar merceeiros de nível razoável, surgiu-me no percurso escolar a obrigatoriedade de conhecer obras, escritores e épocas da literatura. Nessa altura ainda que o dia ultrapassasse as vinte e quatro horas, eu não conseguiria abraçar num ano lectivo o que o programa exigia. O resultado final foi humilhante num exame que ainda hoje recordo e me acorda. Fiasco deprimente que resolvi in extremis, com conversa lateral que preencheu os 20 minutos da oral. Eça de Queirós li já em adulto. Camões li na tropa. E Mário Vargas Llosa, li à sucapa, em castelhano quando um amigo mo fez chegar numas férias da guerra. Falo de literatura e não do jornal A Bola que esse lia porque os jornalistas eram de boa pena; dos clubes nada recordo. Quando tardiamente tive acesso aos livros, os clássicos não foram a minha prioridade. À uma porque não tinha bagagem para os ler e depois porque as edições eram numa encadernação rígida, incompatível com o bolso ou com o resto da papelada que me perseguia. Claro que li Camões e Eça e Gil Vicente e Bernardim Ribeiro e Júlio Dinis - um chato -, li Balzac todo. Coisa estranha mas Balzac era o que tinha à mão por um familiar ser colecionador da obra.
Não sou um leitor compulsivo. Sou caótico nas escolhas. Não sigo tendências. Confesso que alguns dos novos me causam embaraço por não conseguir entender se escrevem ou se desenham.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Interlúdio (53)
Viver
Um livrito de aeroporto, One Minute Manager, fino de 30 páginas, que se lê numa viagem curta da Europa, teve uma enorme influência na minha maneira de entender as pessoas. A cada um segundo a sua maneira de estar; a vida pode ser vivida com felicidade de formas distintas. Corolário: ser feliz é estar de bem com a vida. Pois, é asim:
E assim
Com votos de Feliz Natal
sábado, 2 de dezembro de 2017
Interlúdio (52)
Estou à frente de um ecrã de televisão, numa tarde de sábado que vai avançada. O sol já se foi e os 12 graus de máxima estão rapidamente a decair. Daqui a pouco estarão uns 5 ou 6. Frio sem chuva. Como eu, alguns milhares de portugueses estarão a ver um programa transmitido directamente de Portel, aqui já ao lado. A qualidade do programa, que ocupa toda a tarde, é tão deprimente que quase choro (penso que chorar assim é um dos sintomas de depressão). Uns artistas que, coitados, têm de ser grandes artistas para fazerem estas figuras. Atrás da cantadeira está uma e um a fazerem macacadas com os braços que balançam entre as dez para as duas e as duas e dez. Também dão uns saltos para a esquerda e para a direita. Sorriem todos, com uma expressão forçada. Uns calções justos não chegam para salvar a pobreza da prestação. No final uma apresentadora pede aplausos e pede telefonemas para um número que custa cêntimos e dá um automóvel. O programa segue depois com o presidente da câmara a recomendar o azeite, o mel, o vinho e a simpatia do nosso povo. Esta sequência de cantadeira, telefonema para sacar dinheiro e conversa sobre o mel e etc. repete-se por tempo monotonamente interminável. Que coisa degradada e degradante. Talvez amanhã seja diferente, com um longuíssimo filme de Bollywood, ela de casta superior e ele coitado não pertencendo à casta é formado por uma universidade inglesa, conheceram-se em Londres, e quando menos se espera vem música e dança a sublinharem o dramatismo das traições e tudo a acaba numa cabana da montanha. E eu aqui. Preguiçoso sem ser capaz de desligar a caixa que mudou o mundo. Lá fora faz frio. Faz mesmo, não se trata da música dos Xutos do malogrado Zé Pedro, que ainda vai parar ao Panteão, por este andar. E eu aqui sem desculpa, nem do frio.
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Interlúdio (51)
Vamos pagar caro
A praia do Amado na Costa Vicentina com mais de 20• Centígrados quase em Dezembro é motivo de preocupação. E a chuva continua a brincar ao gato e ao rato. Vamos esperar, não há outro remédio.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Interlúdio (49)
Num livro de José Tolentino Mendonça, com o título de Teoria da Fronteira encontram-se coisas que dão que pensar. É reconfortante ler pedaços como este. Sem nunca entrar a matar o escritor separa claramente o corpo do resto, chama-lhe ideia, como poderia chamar-lhe espírito ou alma. Mas quis ser ainda mais abrangente e cósmico. Anota como o corpo é frágil e um meio que falha em circunstâncias as mais inesperadas. Fica a ideia, enorme e transcendente. A não matéria.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Interlúdio (48)
Querido Agosto
Agosto está-se a finar. Com ele o grande verão também se despede paulatinamente dando um dia destes a vez à estação mais incaracterística, na minha minha opinião, que não considero modesta para não entrar em conflito estéril com o meu ego. O nosso querido Agosto das visitas e das festas. Da praia e do rio. Este ano, contudo, mês também de grande preocupação causada seca, pelos fogos, pelas sequelas que ficarão por muito tempo a mostrar-se. As vilas do interior voltarão à modorra dos dias sem vivalma. E a segunda e terceira gerações que este ano ainda vieram - a falar melhor francês, mas também inglês e holandês - para o ano talvez não venham . E assim se (es)vai o país. Restam os pássaros.
domingo, 13 de agosto de 2017
Interlúdio (47)
Annus horribilis
O horizonte que se abarca desta casa é sempre nítido, bem desenhado e uma espécie de avisador da meteorologia dos dias seguintes. Hoje uma densa nuvem de fumo encobre a bela skyline habitual.
Mais perto, aqui, as árvores, que definham com a seca, estão cobertas de micro partículas de cinza dos fogos trazidas pelos ventos que, a espaços, sopram forte. As árvores são a parte visível, mas telhados, caminhos e terras estarão também assim. A memória é curta no que toca aos fenómenos atmosféricos, mas do que me lembro, e já tenho consciência destes fenómenos há mais de meio século, este ano é o annus horribilis, o mais tramado que nos calhou em sorte.
Nota: o lugar do Alentejo Interior onde estou ficará a significativos quilómetros do fogo mais próximo.
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
Interlúdio (46)
Lisboa em Agosto
Lisboa em Agosto é um gosto. É dos melhores lugares do mundo para estar. Comecemos pelo tempo. Amenizado pelo Tejo, com humidade relativa muito conveniente. Depois as pessoas, descontando os turistas que me parece estarem a cair ao Tejo, tal a quantidade que os há em terra, as pessoas emigraram daqui para imigrarem para ali, a maioria por cá. Os espaços ficam por um tempo mais habitáveis. Por último os restaurantes, os que resistem à tentação de fechar (Lisboa já não é uma cidade de negócios, é de Turismo) tratam melhor os clientes, com bom ar condicionado e propostas prandiais de qualidade.
quarta-feira, 19 de julho de 2017
Interlúdio (45)
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Interlúdio (44)
Ora a hora
Sim, sei que às vezes
O tempo pára
E nós continuamos
Sem dar por isso
Alguém me disse
Que é isso a velhice.
terça-feira, 6 de junho de 2017
Interlúdio (43)
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Interlúdio (42)
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Interlúdio (41)
Não tenho tido assuntos para aqui vir. Falar de doenças não é tema de interesse. De viagens à família é coisa íntima de que também não vejo vantagem em falar, só interessa aos envolvidos: visitantes e visitados. Falar do Alentejo e dos silêncios que se entendem preguiçosos nas tardes tórridas de sol a pique, é como falar de gin, é só para apreciadores. Recomendo então que vão dando uma vista de olhos ao blogue http://Placesworthgoing.net
O autor anda há um ano pela Austrália e Indonésia e embora pouco assíduo na escrita tem alguns posts muito curiosos.
Com o mesmo título pode ver-se mais no Facebook e no Instagram. Vão gostar de saber como se viaja com uma mochila e 500€.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Interlúdio (40)
terça-feira, 21 de março de 2017
Interlúdio (39)
Radiografia
Da próxima vez que me vires
Há coisas para te rires
A L4 e a L5 são património precário
O osso do calcanhar também está a claudicar
Talvez reste o respirar, anima-me o boticário.
....
Assim se perde a postura
E a compostura a zarpar.
quinta-feira, 16 de março de 2017
Interludio (38)
quarta-feira, 1 de março de 2017
Interlúdio (37)
Viajar na TAP hoje
As boas notícias primeiro. A TAP conseguiu (ou está a conseguir) substituir as cadeiras tipo sofá que equipavam os seus aviões por umas outras com um terço do volume e com as mesmas funcionalidades. Pelo menos em viagens de médio curso a comodidade não me parece ter sofrido. A TAP talvez tenha ganho em número de lugares por avião; ganhou de certeza em aumento notório de espaço entre filas.
As más notícias. Deixou de haver vendas a bordo, as refeições constam de uma sandes de atum e um micro sumo, a tripulação de cabine parece recrutada na casa do conto com um savoir faire semelhante ao de um tasqueiro dos subúrbios. Até já nem explicam aquela das três saídas de emergência: uma à frente, outra sobre as asas e outra na retaguarda, com aqueles gestos amplos como se estivessem a nadar de bruços.
A última das más notícias: quem pretenda escolher lugar na mesma classe, ignoro se em todas as filas, tem de desembolsar mais 15 euros, pois então.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Interlúdio (36)
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Interlúdio (35)
Dos escribas
Andava eu aqui às voltas tentando escrever qualquer coisa naquela de dizer que estou vivo e não me saía, não sai, nada de interessante. Lembrei-me do inefável Camilo Castelo Branco que recebeu muitas vezes adiantado dos editores sob promessa de entregar os escritos em data marcada, compromissos reiteradamente falhados por falta de inspiração. Assaltou-me, simultaneamente uma pena genuína dos escribas dos jornais que regularmente têm de apresentar trabalho que se veja; mas tal é a pressão e a auto-censura que o resultado está à vista. As notícias ou são do tipo tablóide, sensacionalistas e exageradas, ou são do tipo expresso que dá para passar pelas brasas aos sábados à tarde. Não havendo nada mais de escrito a acrescentar, deixo aqui uma marca de arte fotográfica pobre mas personalizada. Vejam só como a sombra se pode sobrepor em importância ao objecto subjacente e como pelo comprimento desta se pode saber a altura do sol. Áh! Se houver sol. Pois.
domingo, 29 de janeiro de 2017
Interlúdio (34)
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
Interlúdio (33)
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Interlúdio (32)
Interlúdio (31)
Chegados aqui perguntamo-nos com frequência o que fazemos cá. A pergunta que atravessa a humanidade desde sempre chegou até nós pela palavra dos filósofos. As respostas foram sendo dadas no contexto das eras em que viveram os pensadores, mas nunca as dúvidas foram, talvez, tão contraditórias como as que hoje nos servem os poderes. Os poderes apresentam-se difusos e adormecidos para só actuarem nas fases em que a hortodoxia vigente é violada. Há festejos e encenações sobre os mais diversos pretextos no intuito pouco óbvio, para o vulgo, de que a felicidade está à disposição de cada um. Pouco importa que os ingredientes do bolo sejam desajustados, serve assim, se for flácido o bolo deixa de o ser, serve-se como pudim. É a pós-verdade.
sábado, 10 de dezembro de 2016
Vida oito
de que aprender é coisa divertida.
Etiquetas: Vida vivida
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Interlúdio (30)
O fogo
Talvez os primeiros filósofos, os fisicistas, tivessem razão quando, por fim concordaram, que a natureza era feita de terra, fogo, ar e água. Tudo o que existe é composto por estes elementos físicos. É claro que depois vieram outros, outras escolas a mostrarem outras combinações de elementos. Muitos séculos depois Leibniz diz que matéria é formada por mónadas (que alguns dizem que são os átomos). Separados por tantos séculos estes filósofos não estão em contradição, como a física quântica não contradiz a física clássica. Explica-a. Vêm-me estes pensamentos à superfície porque o fogo, um dos elementos, me fascina. Não o fogo dos incêndios, está bem de ver, mas o fogo da lareira. As chamas, as cores e a subtileza das formas, o ímpeto inicial do fogo e a modorra das quase cinzas. O barulho latente, preguiçoso, sem outra definição possível. E a calma que estas combinações me trazem. Calma quase sono e o cuminar do quentinho a contrastar com os cinco graus de lá de fora. O inverno, quando se porta bem, pode ser um bom companheiro.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Interlúdio (29)
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Interlúdio (28)
O mundo ao contrário
Na Europa a economia portuguesa, Portugal no seu todo, representa pouco, muito pouco.
Mas dá um jeito do caraças aos eurocratas desviar as atenções e invocar qualquer coisa acerca de Portugal em momentos de tensão internacional, e fazem isso como que justificando um trabalho árduo e rigoroso. É mais do que certo que estamos na euro-berlinda quando a máquina precisa de "encher pneus". Então aquele rapaz do Eurogrupo que é "chefe", aquele que também se enganou a descrever o seu CV académico, é exímio a dizer que as regras são para cumprir. Pena que seja só cá para o rectângulo.
Os funcionários não se viram para a França porque a França é a França, dizem eles. Sobre os países do Báltico nem uma palavra, dariam razões a Putin para os resgatar. Sobre Itália, Espanha e outros, não, porque são grandes economias sem serem economias grandes. Pronto. Até aquele alemão que trata do orçamento lá do país dele se permite dizer que dantes é que Portugal ía bem, como se a questão da indústria automóvel (VW, Audi, BMW,...), escândalo recente na sua casa, não fosse razão suficiente para se entreter. É sempre bom haver um marreco no grupo. Quando não há marreco marreco chama-se marreco ao tiver a ecoliose mais pronunciada.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Interlúdio (27)
Serra do Açor
Os dias de Outono são por demais estimulantes. A temperatura do ar é, por norma, amena, a natureza pinta-se e veste-se das mais variegadas cores e roupagens. É o auge da criação na mais colorida expressão.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
Interlúdio (26)
Os meus cães instrumentais
Duas vezes por dia dou uma saída com os meus cães. Sou tão amigo dos animais que nem sei a raça deles, são três, dois brancos, pequenos, com um pêlo semelhante a ovelha e outro grande e acastanhado como um carneiro de cobrição. No passeio da manhã, cedinho, enfio umas calças, calções no verão e uma camisola ou ticharte. Roupa confortável do corte inglês, bem cingida ao meu corpo que conserva ainda uma frescura jovial. Ar desgrenhado, cães pela trela, corpo esbelto, sigo para o objectivo. Não, não é levá-los à rua para o xixi e có có, é procurar as vizinha que também têm este gosto. A do cãozito rasteiro e orelhas rastejantes e a viúva da praceta que ostenta um garboso pastor alemão. Tiro as coleiras aos bichos que logo se envolvem bem brincadeiras carinhosas com os das vizinhas, coisa que dá o mote às nossas conversas e nos distraem da desculpa das necessidades dos lindos animais. Não sei onde cagam ou mijam, detalhes para os puristas do ambiente. Meia hora de conversa com com violinos em fundo. Assobio para os canídeos, reunidos volto a casa, atrasado e a pensar no trânsito da segunda circular, com conjecturas para o passeio da noite. Sim a viúva é mais sensível à noite; a do cão rasteiro já me falou em levarmos os animais até Sintra. Vamos ver. Da limpeza dos dejectos nem nos lembramos. Afinal pagamos impostos, algum funcionário há-de tratar disso. A relva vai ficando amarela mas a culpa não é dos meus três. Há outros, muitos, outros grupos com o mesmo propósito de conviver amando. Os animais! (Acho que esta pontuação final está errada. Ou talvez não)
🐩🐩🐺
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Interlúdio (25)
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Interlúdio (24)
Há pessoa que passam tangentes à vida quando poderiam estar dentro do círculo com grande facilidade. Jorge Palma é um artista muito acima da média no panorama artístico nacional. Escreve letras em português suave e canta com entrega (aquilo a que os ingleses chamam "delivery"). É um pianista que vai dos clássicos ao jazz. A guitarra nas mãos dele é coisa de brincar, dela tira todos os sons de todas as melodias. Contudo, lá vai andando com a cabeça entre as orelhas. É um dos artistas que me faz desviar o percurso para o ouvir. Ai Portugal, Portugal ...🎶🎶
sábado, 24 de setembro de 2016
Interlúdio (23)
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Interlúdio (22)
Uber ou construir muros quando sopram os ventos
A mudança chegou também aos transportes e a sectores em que era impensável que viesse a acontecer. Os táxis têm os dias contados. Os dias será exagero, mas estão a prazo. Experimentei o UBER, essa bomba silenciosa que vai alastrando no território dos táxis e de outros meios, como as limousines para turistas , carros de aluguer e toda a sorte de veículos mais utilitários ou mais luxuosos que hoje existem para uso casual. Vão provavelmente deixar de existir.
Da UBER, a minha experiência foi muito positiva. A plataforma apresenta no telemóvel um mapa com o local em que o utilizador se encontra; e num segundo momento apresenta um campo para que se preencha o local de destino, por exemplo, Terminal 2. Faz de imediato uma estimativa da duração da viagem e do custo, sendo que aqui apresenta três opções de viatura: baixa, media e luxo. A pessoa escolhe o que pretende, e no telemóvel surgem os veículos que, de acordo com a escolha, se encontram mais perto bem como o tempo que cada um levará a chegar ao ponto de recolha. Escolha feita são exibidas as características da viatura, a matrícula, o nome do motorista e o ranking atribuído até ao momento pelos clientes, de 1 a 5, sendo 5 a melhor classificação. Chegado rigorosamente no tempo estimado, o motorista arrumou eficazmente as malas no porta bagagem, iniciou a viagem, sempre com o percurso a ser exibido num écran, percurso semelhante ao que se pode conferir no nosso telemóvel. No ponto de chegada repete-se o ritual, retira as malas que arruma ao lado da viatura e diz adeus. Pagamento, gorjetas, extras? nada. O valor da viagem é de imediato facturado, enviado por email e debitado via cartão de crédito.
Uma nota, o carro estava impecavelmente limpo no interior e no exterior, sem cheiro a tabaco e sem música. Ainda iniciei conversa sobre o eterno tema que não aquece nem arrefece, o tempo, mas a resposta foi "pois é!".
Nota dois, no telemóvel surgiu um ou dois minutos depois da viagem terminar um conjunto de 5 estrelas em branco ao lado da fotografia do carro e do condutor, para ser feita a avaliação. 5 estrelas, claro. Contudo alguns clientes terão sido mais exigentes porque a média, que também é exibida, era, naquele caso, de 4,7 estrelas.
Nota final, o cliente também é avaliado, o que acrescenta alguma segurança a todo o sistema, inclusive, aos condutores nestes tempos de alguma violência.
Portanto, compreendendo embora os protestos dos nossos taxistas, sou de opinião que há aqui alguns, bastantes, ajustamentos a empreender no sentido de voltarmos a ter, por algum tempo mais, taxis e taxistas com qualidade, a preços justos e sem darem mais aquela volta quando não conhecemos o percurso.
A talhe de foice sempre vos digo que o meu pai foi taxista. Fazia, no seu tempo, transportes de muitos quilómetros com um carro puxado por dois bois.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Interlúdio (21)
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Interlúdio (20)
Interlúdio (19)
sábado, 27 de agosto de 2016
Interlúdio (18)
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Interlúdio (17)
domingo, 24 de julho de 2016
Interlúdio (16)
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Interlúdio (15)
sábado, 2 de julho de 2016
Interlúdio (14)
quinta-feira, 30 de junho de 2016
Vida sete
Etiquetas: Vida vivida
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Interlúdio (13)
Over 1,200 employees across the globe joined the challenge, making up over 300 teams, across all business divisions and regions. Together with CGD (Centre for Global Development) the UBS narrowed down the 245 proposals that were submitted, to the six finalists.
The final six teams will pitch their ideas to a committee of internal and external experts at the Global Final event on June 29, 2016 in Zurich.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Interlúdio (12)
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Interlúdio (11)
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Interlúdio (10)
Desejava, amor, saber,
Ai! Ai!
A tua intenção qual era.
A tua intenção qual era,
Qual era o teu proceder,
Meu lírio roxo do campo,
Ai! Ai!
Quem te pudesse ir colher!
Quem te pudesse ir colher,
Oh! meu amor, quem me dera!
Desejava, amor, saber,
Ai! Ai!
A tua intenção qual era!